28.11.07
Não Matarás
Contrastando com a violência do dia a dia em nossas metrópoles, violência essa que inclui as reações do policiamento e da repressão ao crime, o sexto mandamento parece ser coisa de outro mundo. De fato o é.
Lembro das palavras com que Jesus responde a Pilatos: O meu reino não é deste mundo; se o meu reino fosse deste mundo, pelejariam os meus servos, para que eu não fosse entregue aos judeus, mas agora o meu reino não é daqui. (João 18:36 ACF)
E o que eu e você estamos fazendo?
Aproveitando a repercussão que o filme Tropa de Elite tem causado nas Terras Brasilis, na próxima semana (dia 05 - quarta-feira às 19:00 hs) Ed René Kivitz e o capitão Rodrigo Pimentel vão debater a Viabilidade de Uma Cultura da Paz - debaixo do tema desta postagem: NÃO MATARÁS.
Ligue para 3257-4909 ou escreva para eventos@pavazine.com (sem o br) e faça sua inscrição por R$35,00. Vai ser no Teatro Ca'd'Oro.
23.11.07
Paz solitária
Preocupação em ser feliz pode ser uma neura. Principalmente quando se descobre ao final que essa tal de felicidade não passa de momentos que mexem com suas emoções, e que se evaporam com o calor do sol. Acrescente a isso o que contamina seus sentidos – quer por algum desequilíbrio ou por fatores externos. E com isso vem os riscos da superficialidade e da pressa que o mundo moderno nos impõe. Assim, buscar a felicidade ou fazer dela uma medida que influencia nossas decisões e ações é mais uma loucura.
Foquemos na realização pessoal. A satisfação plena com você mesmo - pelo que você é, e sua satisfação com aqueles que você ama - seus relacionamentos. E assim, perceber que o pouco que você está fazendo contribui com o Reino, apesar e sobretudo pela maneira singela. E que sua preocupação em viver com integridade diante de Deus e dos homens, tem fruto: sua existência glorifica o Pai.
Penso eu que as chaves do bom viver são o amor e paz. Amor que devo derramar pelos meus semelhantes, a começar pelos meus mais íntimos. Amor que devo nutrir pelo Pai. E sustentando sentimentos, a paz que excede todo o entendimento, deve dominar o meu viver.
O que muitas vezes confundimos é que buscamos a paz na alegria – e não na disciplina. Vamos atrás do clímax e não do equilíbrio. Deus nos cura de nossas neuras, traumas e desintegrações pessoais. Ainda somos incompletos. Será que estamos dispostos a nos submetermos a Ele e ao mover de Seu Espirito em nós? De realmente nos conformarmos (ou nos moldarmos) à imagem de Seu Filho?
Estar consciente é estar conectado com a realidade. E é vital que a levemos conosco ao orar, meditar e refletir. Saber quem eu sou – procurar me entender melhor com minhas fraquezas e minhas forças, compreender melhor minhas limitações e necessidades. Saber com muita propriedade a que me proponho como cristão, marido, profissional, pai, irmão, amigo, colega, pessoa, ser humano ...
Nesses últimos dias busquei refúgio em momentos de solidão e encontrei refrigério, ao fazer exatamente isso.
Foquemos na realização pessoal. A satisfação plena com você mesmo - pelo que você é, e sua satisfação com aqueles que você ama - seus relacionamentos. E assim, perceber que o pouco que você está fazendo contribui com o Reino, apesar e sobretudo pela maneira singela. E que sua preocupação em viver com integridade diante de Deus e dos homens, tem fruto: sua existência glorifica o Pai.
Penso eu que as chaves do bom viver são o amor e paz. Amor que devo derramar pelos meus semelhantes, a começar pelos meus mais íntimos. Amor que devo nutrir pelo Pai. E sustentando sentimentos, a paz que excede todo o entendimento, deve dominar o meu viver.
O que muitas vezes confundimos é que buscamos a paz na alegria – e não na disciplina. Vamos atrás do clímax e não do equilíbrio. Deus nos cura de nossas neuras, traumas e desintegrações pessoais. Ainda somos incompletos. Será que estamos dispostos a nos submetermos a Ele e ao mover de Seu Espirito em nós? De realmente nos conformarmos (ou nos moldarmos) à imagem de Seu Filho?
Estar consciente é estar conectado com a realidade. E é vital que a levemos conosco ao orar, meditar e refletir. Saber quem eu sou – procurar me entender melhor com minhas fraquezas e minhas forças, compreender melhor minhas limitações e necessidades. Saber com muita propriedade a que me proponho como cristão, marido, profissional, pai, irmão, amigo, colega, pessoa, ser humano ...
Nesses últimos dias busquei refúgio em momentos de solidão e encontrei refrigério, ao fazer exatamente isso.
20.11.07
Arte 2
O Forum Cristianismo Criativo continua. Veja algumas fotos das duas primeiras edições.
Ontem à noite (desta vez com auditório lotado) pudemos ouvir Carlos Eduardo Pereira falando e tocando e Wilson Tonioli do Verticontes também falando e interpretando (juntamente com seu filho Filipe - ao final). Na mediação nada menos do que nosso grande companheiro Pava. Cheguei atrasado e não peguei o Pocket Show - infelizmente. E ainda fiquei de pé lá no fundão, com muita gente jovem sentada no chão acarpetado.
O desenvolvimento do tema ganhou uma faceta mais prática. Para mencionar alguns dos desafios: Que tal a liderança abrir mais espaço para as manifestações artisticas (diferentes e inovadoras)? E de se ter um Ministro de Artes (ao invés de Ministro de Música)? E se responsavelmente cada 'artista' (todos nós somos) parar de se auto-censurar? Como soltar o talento - aprimorá-lo e respeitá-lo?
Para encerrar tivemos uma demonstração clara de que podemos complementar o serviço do culto dominical com expressões tão ou mais legítimas (do ponto de vista da pedagogia e da didática). E aí entram em cena Pedro e André trazendo à luz, mais uma vez, o relato vivo da multiplicação dos pães e o andar de Jesus sobre as águas. Texto brilhantemente desenvolvido e intrepretado por pai e filho, como muita mágica na simplicidade arguta e esperta de tiradas inesperadas e extremamente cômicas. É um banho na alma.
Essa iniciativa da W4, comandada por Whaner Endo é uma prova contundente de que temos necessidades escondidas e reprimidas. E que a Arte é muito mais que tema para debate. A arte tem a ver com o estilo de vida, com a jornada diária da pessoa (sendo cristão ou não), com o mundo em que vivemos e com as pessoas com que nos relacionamos.
Este mês devo voltar mais vezes ao tema. Já compartilhei acerca da força da literatura (e pra tanto recorri a um texto de Amos Oz, aqui), e também dei uns pitacos para iniciarmos a pintura de um quadro mais bonito no meio de nosso povo, aqui.
* Ilustrando acima, podemos ver o teatro romano do Século 2 localizado em Bosra na Síria.
18.11.07
Domingo em família
Domingo é dia de almoço e lembranças. Faz parte da tradição, sempre que a diáspora da vida moderna é vencida, nos reunirmos como família ao redor da mesa e confraternizarmos.
Comemos e compartilhamos os diferentes e pitorescos casos que alguém protagonizou. Impossível de faze-lo sempre, mas sempre que feito nós assim o fazemos.
É motivo de entrosamento, lembranças e confraternização. E pelo próprio aspecto do almoço, alegria e satisfação.
Hoje foi dia de maminha maluca na panela ao molho de tomate (uma de minhas receitas pra dar inveja ao caro blogueiro-chef-irmão-calvinista-não-cartesiano Fábio Adiron). Semana passada foi lombo de cordeiro assado com cobaia. As cobaias no caso: eu e meu filho. Sobrevivemos. Necessita sim de melhorias que serão incorporadas em breve, e transformarei a receita numa licença Creative Commons – para felicidade geral da nação que me prestigia.
Uma das grandes formas de congraçamento e fraternidade é feita ao redor da mesa.
Por isso que a ceia de Jesus é mais do que simbólica e chave para se entender o clímax que ela mesma criou. E em seguida ao transformar o pão e o vinho em uma ordenança neo- testamentária. Nos foge muitas vezes o sentido de alegria, de comunhão e o repartir do pão que a ceia poderia nos brindar (literalmente).
Tenho claro na memória algumas das ceias mais impactantes que participei. A grande maioria foi fora dos círculos locais eclesiásticos. Sinto falta disso até pelos formatos cada vez mais gigantescos de nossas igrejas. Mas existem caminhos e podemos buscar. Há um tempo atrás Marconi deu um pontapé interessante no que seria a comunhão digital. Tomar um vinho à distância e lembrarmos do que Cristo fez por nós.
Um brinde a você que veio por aqui. E o faço à memória dEle.
É motivo de entrosamento, lembranças e confraternização. E pelo próprio aspecto do almoço, alegria e satisfação.
Hoje foi dia de maminha maluca na panela ao molho de tomate (uma de minhas receitas pra dar inveja ao caro blogueiro-chef-irmão-calvinista-não-cartesiano Fábio Adiron). Semana passada foi lombo de cordeiro assado com cobaia. As cobaias no caso: eu e meu filho. Sobrevivemos. Necessita sim de melhorias que serão incorporadas em breve, e transformarei a receita numa licença Creative Commons – para felicidade geral da nação que me prestigia.
Uma das grandes formas de congraçamento e fraternidade é feita ao redor da mesa.
Por isso que a ceia de Jesus é mais do que simbólica e chave para se entender o clímax que ela mesma criou. E em seguida ao transformar o pão e o vinho em uma ordenança neo- testamentária. Nos foge muitas vezes o sentido de alegria, de comunhão e o repartir do pão que a ceia poderia nos brindar (literalmente).
Tenho claro na memória algumas das ceias mais impactantes que participei. A grande maioria foi fora dos círculos locais eclesiásticos. Sinto falta disso até pelos formatos cada vez mais gigantescos de nossas igrejas. Mas existem caminhos e podemos buscar. Há um tempo atrás Marconi deu um pontapé interessante no que seria a comunhão digital. Tomar um vinho à distância e lembrarmos do que Cristo fez por nós.
Um brinde a você que veio por aqui. E o faço à memória dEle.
17.11.07
A Cruz
A luta interna é uma briga contra a consciência. Dorme-se com ela, na vã esperança que pela manhã ela tenha fugido ao confronto. Acorda-se para perceber que ao adiar o embate, tornamos o nosso aparente adversário mais forte. Os pensamentos fluem movidos pela emoção do momento. A racionalidade não pressupõe equilíbrio, lógica ou acerto. O martelar - que não pára - é uma continua senha para a decisão.
Estar em paz com a consciência é, antes de mais nada, descansar em Deus. Muita de nossa energia é gasta pela incessante busca por vitória. Queremos vencer nossa própria consciência, ou ao final, dar lugar a ela em troca de sacrifício, negação ou escolhas amargas.
Saber o que é verdadeiro e o que nos conduz à paz deve ser a porta de entrada para a maturidade. Deixamos de ser crianças – de pensar e agir como garotos (e garotas) e passar a fazer as coisas de adulto - no momento em que principiamos sob o manto da seriedade de nossos propósitos, pensamentos e decisões. As ações são decorrentes.
Não se trata de sisudez. Trata-se de compromisso. E não significa cumprir tabela, participar de programas, realizar o sequencial do preceituário.
Vejo muita gente com muito conhecimento e pouca maturidade. Muita arrogância e pouco da vida de Jesus em suas vidas.
Conhecimento bíblico nem sempre pressupõe preparo e maturidade. O resultado do estudo da Palavra deve ser acompanhado (além de oração e meditação) por um exercício de piedade. Uma vida compassiva que demonstre amor e aja no dia a dia não buscando seus próprios interesses. Uma vida de esvaziamento é o início do começo. Antes de tudo, sermos tomados pelo Espírito e d’Ele nos enchermos. Só poderá ocupar espaços em nós, se em nós nada tivermos de nós mesmos. Ou na primeira pessoa: o Espírito Santo só tomará conta de meu ser, se eu, de mim, nada tiver em mim.
É um grande paradoxo, pois Deus não quer que eu perca o que Ele já me deu. E nem tampouco me pede suicídio. Matar a mim mesmo.
O muito estudo pode nos levar à vaidade e à arrogância. Aquele sentimento de superioridade por saber mais. Só que esse conhecimento pode ser perigoso se não vier acompanhando de outros ingredientes. E o primeiro deles é a negação.
Quando lutamos contra nós mesmos, queremos que a vitória seja de quem? E a quem queremos derrotar? O legalismo nos trás dupla derrota. Primeiro que foge do espírito que a novidade de vida trás. E em segundo porque foge do Espírito. A letra mata. O Espírito vivifica.
Antes de lutar, inflija a si mesmo a vitória da rendição. Render-se é vencer!
“Ninguém tira a minha vida”, disse Jesus. “Eu a dou!”
A cruz não é lugar de suicidas. Impossível se matar numa cruz. Não há como trilhar o caminho do auto flagelo no verdadeiro cristianismo.
Estar morto com Cristo, na cruz – vem da identificação com a morte. Estar em novidade de vida está em identificar-se com a ressurreição.
Gostamos de Gálatas 2:20 pela sua teoria. Falar, exultar e nos orgulhar. Quando o que fizemos de verdade foi só fumaça. Muito pouco de vida transformada. A prática é rendição, entrega, compaixão, choro, dedicação. Fazer a um desses pequeninos irmãos: o bem.
Creio que o mal do momento presente é a arrogância. E acerca disso Tiago foi bem claro:
A nossa vocação, em novidade de vida, é o Calvário. Amar a cruz e seus significados. Render-se em paz: tudo Ele fez, tudo Ele faz e tudo Ele fará.
Estar em paz com a consciência é, antes de mais nada, descansar em Deus. Muita de nossa energia é gasta pela incessante busca por vitória. Queremos vencer nossa própria consciência, ou ao final, dar lugar a ela em troca de sacrifício, negação ou escolhas amargas.
Saber o que é verdadeiro e o que nos conduz à paz deve ser a porta de entrada para a maturidade. Deixamos de ser crianças – de pensar e agir como garotos (e garotas) e passar a fazer as coisas de adulto - no momento em que principiamos sob o manto da seriedade de nossos propósitos, pensamentos e decisões. As ações são decorrentes.
Não se trata de sisudez. Trata-se de compromisso. E não significa cumprir tabela, participar de programas, realizar o sequencial do preceituário.
Vejo muita gente com muito conhecimento e pouca maturidade. Muita arrogância e pouco da vida de Jesus em suas vidas.
Conhecimento bíblico nem sempre pressupõe preparo e maturidade. O resultado do estudo da Palavra deve ser acompanhado (além de oração e meditação) por um exercício de piedade. Uma vida compassiva que demonstre amor e aja no dia a dia não buscando seus próprios interesses. Uma vida de esvaziamento é o início do começo. Antes de tudo, sermos tomados pelo Espírito e d’Ele nos enchermos. Só poderá ocupar espaços em nós, se em nós nada tivermos de nós mesmos. Ou na primeira pessoa: o Espírito Santo só tomará conta de meu ser, se eu, de mim, nada tiver em mim.
É um grande paradoxo, pois Deus não quer que eu perca o que Ele já me deu. E nem tampouco me pede suicídio. Matar a mim mesmo.
O muito estudo pode nos levar à vaidade e à arrogância. Aquele sentimento de superioridade por saber mais. Só que esse conhecimento pode ser perigoso se não vier acompanhando de outros ingredientes. E o primeiro deles é a negação.
Quando lutamos contra nós mesmos, queremos que a vitória seja de quem? E a quem queremos derrotar? O legalismo nos trás dupla derrota. Primeiro que foge do espírito que a novidade de vida trás. E em segundo porque foge do Espírito. A letra mata. O Espírito vivifica.
Antes de lutar, inflija a si mesmo a vitória da rendição. Render-se é vencer!
“Ninguém tira a minha vida”, disse Jesus. “Eu a dou!”
A cruz não é lugar de suicidas. Impossível se matar numa cruz. Não há como trilhar o caminho do auto flagelo no verdadeiro cristianismo.
Estar morto com Cristo, na cruz – vem da identificação com a morte. Estar em novidade de vida está em identificar-se com a ressurreição.
Gostamos de Gálatas 2:20 pela sua teoria. Falar, exultar e nos orgulhar. Quando o que fizemos de verdade foi só fumaça. Muito pouco de vida transformada. A prática é rendição, entrega, compaixão, choro, dedicação. Fazer a um desses pequeninos irmãos: o bem.
Creio que o mal do momento presente é a arrogância. E acerca disso Tiago foi bem claro:
“Agora, entretanto, vos jactais das vossas arrogantes pretensões. Toda jactância
semelhante a essa é maligna. Portanto, aquele que sabe que deve fazer o bem e
não o faz nisso está pecando.”
A nossa vocação, em novidade de vida, é o Calvário. Amar a cruz e seus significados. Render-se em paz: tudo Ele fez, tudo Ele faz e tudo Ele fará.
15.11.07
Conflito e pecado
Dentre as inúmeras lutas que travei em minha juventude, certamente a mais marcante foi contra o pecado. Era claro para mim, que meu maior conflito residia em minha alma. Os diálogos da mente, os pensamentos fugidios, as orações de clamor, leituras sem fim da Bíblia. Toda a minha intimidade - em suas boas horas, se preparava estratégica e operacionalmente para enfrentar o pecado. E seus deslizes.
A questão soteriológica estava calvinisticamente resolvida. A questão da santificação precisava volneyisticamente ser resolvida.
Essa luta a ser travada por mim e em mim, era a bandeira da hora. O grito de guerra vinha ao amanhecer, se entremeava com choros desesperados de derrotas, e no crepúsculo encerrava com rendição, confissão e clamor. Perdia a batalha para o inimigo e me rendia ao meu Rei. Essa noção da graça (graças a Deus) eu guardava comigo.
Watchman Nee estabelece de maneira brilhante as diferenças entre pecado e pecados. Pecado é um princípio que rege nossa existência. É como uma raiz fincada em nossas almas. Pecados são os frutos, os atos que brotam da nossa existência. Basta estar vivo que eles virão.
Como menino (e depois mais um pouco) travava essas lutas contra os pecados. Eles deveriam vir um de cada vez (no singular). Aí sim, no ‘mano a mano’ a gente brigava.
Inúmeras noites frustrado pela derrota, sem ter encontrado no por do sol a rendição, deixava minha alma a me remoer, impondo-me castigos psicológicos.
Doutrinariamente e pela fé, hoje discordo dos meus jovens anos e muitas de suas convicções, crenças e influências. Mas no cerne, bem lá no núcleo há convergência e concordância: quanto à questão do pecado, seu significado e todos os seus mais intricados aspectos. Mas não mais com relação à luta. Alguns anos depois, abandonei as armas de guerra, deixando de ser vital lutar contra o pecado.
Sem truques nem mágica.
Não se trata de truques, passes de mágica, estágios enaltecedores da perfeição, ou mesmo má teologia. A maturi-idade trouxe ‘maturidade’ (foi isso mesmo que quis dizer).
Ao longo dos anos fui percebendo que viver a fé e trilhar o caminho da graça, se faz olhando para frente. Aprendi que quando se luta, os músculos não podem ficar tensos – logo lhe dão cãibras. E no fundo a boa briga, já foi ganha. E quando tiver que enfrentar a mim mesmo, não será: num canto do ringue “Eu” e no outro canto “Eu mesmo”. A cruz já terá cuidado desses dois, e o que restar dele(s), Ele entra para tomar conta.
Aprendi que luta e fé não combina. Briga e descanso são antagônicos. Se tudo já tinha sido feito, por que tentar fazer novamente, e ainda por cima fazê-lo imperfeito?
Foi quando cresci no foco da dependência em Deus, no exercício da entrega, no descansar do domínio pelo Espírito Santo, no olhar posto em Cristo. Foi com a compreensão dos ‘considerando’, ‘identificando’, ‘transformando’ ... e outros tantos gerúndios que permitiram à graça tomar conta de mim. E encerrar de vez todas as minhas lutas.
Somente a consciência de que vital mesmo é a graça, e tudo o mais é barulho, nos salva de nós mesmos.
A questão soteriológica estava calvinisticamente resolvida. A questão da santificação precisava volneyisticamente ser resolvida.
Essa luta a ser travada por mim e em mim, era a bandeira da hora. O grito de guerra vinha ao amanhecer, se entremeava com choros desesperados de derrotas, e no crepúsculo encerrava com rendição, confissão e clamor. Perdia a batalha para o inimigo e me rendia ao meu Rei. Essa noção da graça (graças a Deus) eu guardava comigo.
Watchman Nee estabelece de maneira brilhante as diferenças entre pecado e pecados. Pecado é um princípio que rege nossa existência. É como uma raiz fincada em nossas almas. Pecados são os frutos, os atos que brotam da nossa existência. Basta estar vivo que eles virão.
Como menino (e depois mais um pouco) travava essas lutas contra os pecados. Eles deveriam vir um de cada vez (no singular). Aí sim, no ‘mano a mano’ a gente brigava.
Inúmeras noites frustrado pela derrota, sem ter encontrado no por do sol a rendição, deixava minha alma a me remoer, impondo-me castigos psicológicos.
Doutrinariamente e pela fé, hoje discordo dos meus jovens anos e muitas de suas convicções, crenças e influências. Mas no cerne, bem lá no núcleo há convergência e concordância: quanto à questão do pecado, seu significado e todos os seus mais intricados aspectos. Mas não mais com relação à luta. Alguns anos depois, abandonei as armas de guerra, deixando de ser vital lutar contra o pecado.
Sem truques nem mágica.
Não se trata de truques, passes de mágica, estágios enaltecedores da perfeição, ou mesmo má teologia. A maturi-idade trouxe ‘maturidade’ (foi isso mesmo que quis dizer).
Ao longo dos anos fui percebendo que viver a fé e trilhar o caminho da graça, se faz olhando para frente. Aprendi que quando se luta, os músculos não podem ficar tensos – logo lhe dão cãibras. E no fundo a boa briga, já foi ganha. E quando tiver que enfrentar a mim mesmo, não será: num canto do ringue “Eu” e no outro canto “Eu mesmo”. A cruz já terá cuidado desses dois, e o que restar dele(s), Ele entra para tomar conta.
Aprendi que luta e fé não combina. Briga e descanso são antagônicos. Se tudo já tinha sido feito, por que tentar fazer novamente, e ainda por cima fazê-lo imperfeito?
Foi quando cresci no foco da dependência em Deus, no exercício da entrega, no descansar do domínio pelo Espírito Santo, no olhar posto em Cristo. Foi com a compreensão dos ‘considerando’, ‘identificando’, ‘transformando’ ... e outros tantos gerúndios que permitiram à graça tomar conta de mim. E encerrar de vez todas as minhas lutas.
Somente a consciência de que vital mesmo é a graça, e tudo o mais é barulho, nos salva de nós mesmos.
14.11.07
Amos Oz
Amos Oz é escritor israelense e um ativista pela paz. Recentemente ganhou o prêmio Príncipe das Astúrias. A seguir coloquei a transcrição adaptada de seu discurso, traduzida por mim. Esse mesmo texto utilizei no seio de minha fala no Cristianismo Criativo.
O mundo da literatura pode encorajara compreensão entre inimigos amargos
Se você comprar uma passagem e viajar para outro país, é provável que você veja monumentos, palácios e praças, museus e belezas naturais e lugares históricos. Se você tiver sorte, você poderá ter a oportunidade de conversar com algumas pessoas nativas. Daí ao voltar para casa, você vai levar um monte de fotografias e cartões postais.
Mas se você ler um livro, você ganha uma passagem para o mais íntimo dos cantos de outro país e de outra gente. Ler um conto estrangeiro é um convite a visitar as casas de outras pessoas e os lugares íntimos de um outro país.
Se você é um simples turista, você poderá estar numa rua e ao olhar para uma casa antiga, na parte antiga de uma cidade, poderá ver uma mulher olhando pela janela. Em seguida você continua andando.
Mas se você é um leitor, você poderá ver a mulher olhando pela janela, mas você estará lá com ela, dentro do seu quarto e dentro da sua cabeça.
Ao ler um conto estrangeiro, no fundo você é convidado a adentrar as salas de outras pessoas, o quarto do bebê, a biblioteca, o quarto do casal. Você é convidado a adentrar suas mágoas secretas, suas alegrias familiares, seus sonhos.
É por isso que creio que a literatura é uma ponte entre os povos. Eu creio que a curiosidade pode ser uma qualidade moral. Eu creio que imaginar o outro pode ser um antídoto para o fanatismo. Imaginar o outro, fará de você não só um melhor empregado ou um melhor amante, mas acima de tudo uma melhor pessoa.
Parte da tragédia entre judeus e árabes é a incapacidade de tantos de nós, judeus e árabes a imaginar um ao outro. Realmente imaginar um ao outro: os amores, os medos terríveis, a raiva, a paixão. Há muita hostilidade entre nós, muita pouca curiosidade.
Judeus e árabes tem algo essencial em comum: ambos têm sido tratados brutal e coercitivamente pela mão violenta da Europa no passado. Os árabes através do imperialismo, colonialismo, exploração e humilhações. Os judeus através de discriminação, perseguição, expulsão e ultimamente assassinato em massa numa escala sem precedente.
Um pensaria que duas vitimas, e especialmente duas vitimas de um mesmo opressor desenvolveria entre eles um senso de solidariedade. Na verdade, não é assim que funciona, nem nos contos nem na vida.
Alguns dos piores conflitos são na verdade entre vitimas de um mesmo opressor – duas crianças de um pai violento não necessariamente se gostam. É comum verem no outro a imagem do pai abusivo.
E é exatamente o caso entre judeus e árabes no Oriente Médio. Enquanto os árabes consideram os Israelenses como Cruzados do últimos tempos, uma extensão do Europa branca e colonizadora; muitos Israelenses, de seu lado, consideram os árabes como a nova encarnação de opressores do passado, criadores de carrascos e Nazistas.
Essa situação cobra da Europa em particular uma responsabilidade para a solução do conflito israelense-árabe: ao invés de apontar o dedo para qualquer dos lados, os europeus deveriam estender empatia, compreensão e ajuda para os dois lados. Você não precisa escolher entre ser pró-Israel e ser pró-Palestina. Você tem que ser pró-paz.
A mulher na janela poderá ser uma mulher palestina em Nablus. Ela poderá ser uma mulher israelense judia em Tel Aviv. Se você quer ajudar a fazer a paz entre essas duas mulheres nessas duas janelas, é melhor você começar a ler sobre elas.
Leia contos, meus amigos. Eles vão lhe dizer muito.É também oportuno para que cada uma dessas mulheres leia sobre a outra. Aprender afinal o que torna a outra mulher na janela temerosa, raivosa ou esperançosa.
Não estou sugerindo que ler contos vai mudar o mundo. Eu sim sugiro, e assim creio, que ler contos é uma das melhores formas possíveis para se entender que todas as mulheres, em todas as janelas, ao final do dia estão urgentemente necessitadas de paz.
13.11.07
Arte
Não existe uma coisa chamada Arte Cristã. Reduzir o cristianismo, sua expressão ou sua origem é encapsular e restringir. Viver cristãmente e com arte - esta pode ser uma boa proposta.
Um fio condutor da Arte tem sido ao longo da história humana uma busca sem fim pelo significado da existência. Vida e Morte é um casamento obrigatório. E o filho? Ou melhor o dilema se resolve com o Filho.
Parte do que vemos na arte é a contínua busca por uma resposta para esse dilema. E nós temos nos permanecido calados. Mesmo diante de gritos ensudercedores.
Arte é expressar, é manifestar. Tudo que toca o coração é arte. Arte faz o link com a alma.
Após Deus criar, Ele disse: "é bom". Desafiado a continuar a criar Deus disse: "Não é bom ..." Deus é o Grande Artista. Se somos os pequenos artistas, devemos criar.
Please!! Sem clichês, sem parâmetros. Sem presas, sem pressa. Livre. Profundo. Belo!
Vale tudo - para expressar, para tocar, para alcançar, para emocionar. Não precisa bordão, refrão, palavras mágicas-místicas-sagradas. O que vier do coração, e for belo e verdadeiro é arte!
Não limitemos a arte para dentro das quatro paredes eclesiásticas, ou para as tribos evangelicais, ou para as linguagens secretas (e muitas vezes ultrapassadas) de nossos códigos exclusivistas. A arte tem que ser boa. E como boa arte pode falar tudo, sem dizer nada. E ainda assim tocar o coração do homem. E salgá-lo. E iluminá-lo.
11.11.07
Por uma agenda positiva
Não podemos simplesmente virar a face diante de tanta coisa errada e desanimadora. Venha o Teu reino, oramos. Maranata, clamamos (Vem Senhor, vem!). Mas sejamos honestos: há uma mania evangélica de varrer para debaixo do tapete tudo o que nos envergonha ou nos envergonharia se trouxéssemos à luz.
Um alerta
É errado pensar: vamos tocar para frente sem olhar para trás, precisamos remir o tempo ... Essa urgência tresloucada não tem lugar no Reino de Deus.
É errado também pensar como Polyana – procurando enaltecer o lado bom das coisas. A realidade, por mais dura que seja, é importante para o equilíbrio, para o juízo e para a alma. A distorção da vida como ela é de fato, enaltece a mentira. É falso testemunho.
Mas se de um lado temos a realidade como companheira, onde está a esperança?
A missão do cristão no tempo moderno é de ser aquele que propõe uma agenda positiva e de esperança sem, no entanto, deixar de encarar o dilema que aprisiona o comum mortal.
Creio ser importante lavarmos algumas roupas - mesmo correndo o risco de que seja em público. Mas devemos imediatamente levar ao varal a bandeira da esperança, da alternativa, da proposição positiva numa abordagem coerente, focada na melhora da condição humana. Enfim um enfoque efetivamente cristão.
O que está em jogo, apesar de nossas falhas e de nossos erros, e em meio a tantas mazelas, é uma agenda positiva de transformação.
10.11.07
Sempre acho que devo, preciso e posso fazer algo a mais. Fazer pelos outros, pelos amigos, pelos novos conhecidos, outras pessoas – as jurídicas inclusas. Como voluntário ou como profissional. Pareço quase sempre um motor que sobe de giro muito rapidamente. Envenenado, nervoso. Estou sempre pronto a colocar minha energia para um próximo desafio. Eu me alimento de desafios. Estou sempre pronto a assumir responsas e riscos.
Há distinções claras entre os papéis de Marta e Maria, e há valor na postura de cada uma. Mas não é o ativismo que está na berlinda. A preocupação é outra e tem dimensão estratégica.
Basta eu ler uma manchete de jornal, assistir uma reportagem no jornal da noite, ter um tempo livre para rascunhar um papel, ou um singelo estímulo via email ou comentário neste blog ... Explode a ignição dos neurônios com a alma apaixonada.
Longe de querer me arvorar. Sou extremamente raso no quesito amor. Falta muito. Sou o menor dos irmãozinhos. É só pela graça.
Acho que as oportunidades do passado foram bençãos. Em frente fui, vi e venci. Mas é isso mesmo: no passado. Sei de minhas qualidades, do certo talento que tenho e até das habilidades (competências na moderna linguagem da administração) pra determinadas coisas. E incluo aí a facilidade incrível de me relacionar com pares e impares. Mas por que então me vejo dando voltas no deserto? Por que a saída para Canaã me escapa?
Quem sabe é o kronos versus o kairós?
Mas voltando ao motor, às explosões e aos desafios. Basta estar acordado. É a posição ON da chave. Se em sonho, é a posição STAND BY. Isso é uma droga me alimentando a alma, me viciando e fazendo ferver minha adrenalina.
Veja como tem sido a minha vida. No dia a dia, as coisas evoluem em projetos, idéias e possibilidades. Após a visita a um potencial cliente, germinam pontos a enriquecer uma proposta – é um exagero. Tenho vários projetos engatilhados, uns na cabeça, outra bem delineados só que na gaveta, outro na internet, outro esperando o calendário virar 2008, outro com o pessoal da Confraria ...
Há distinções claras entre os papéis de Marta e Maria, e há valor na postura de cada uma. Mas não é o ativismo que está na berlinda. A preocupação é outra e tem dimensão estratégica.
Basta eu ler uma manchete de jornal, assistir uma reportagem no jornal da noite, ter um tempo livre para rascunhar um papel, ou um singelo estímulo via email ou comentário neste blog ... Explode a ignição dos neurônios com a alma apaixonada.
Longe de querer me arvorar. Sou extremamente raso no quesito amor. Falta muito. Sou o menor dos irmãozinhos. É só pela graça.
Acho que as oportunidades do passado foram bençãos. Em frente fui, vi e venci. Mas é isso mesmo: no passado. Sei de minhas qualidades, do certo talento que tenho e até das habilidades (competências na moderna linguagem da administração) pra determinadas coisas. E incluo aí a facilidade incrível de me relacionar com pares e impares. Mas por que então me vejo dando voltas no deserto? Por que a saída para Canaã me escapa?
Quem sabe é o kronos versus o kairós?
Mas voltando ao motor, às explosões e aos desafios. Basta estar acordado. É a posição ON da chave. Se em sonho, é a posição STAND BY. Isso é uma droga me alimentando a alma, me viciando e fazendo ferver minha adrenalina.
Veja como tem sido a minha vida. No dia a dia, as coisas evoluem em projetos, idéias e possibilidades. Após a visita a um potencial cliente, germinam pontos a enriquecer uma proposta – é um exagero. Tenho vários projetos engatilhados, uns na cabeça, outra bem delineados só que na gaveta, outro na internet, outro esperando o calendário virar 2008, outro com o pessoal da Confraria ...
Soma-se a tudo isso as recentes oportunidades de expressão para e no Reino, por escrito e falado ampliando minha abrangência pública.
Mas mesmo quando estou na passividade, por exemplo, ao longo do sermão de domingo, a mente vai a mil. Ou por exemplo, no lazer de hoje à tarde, com minha cara metade. Assistindo ao filme Leões e Cordeiros logo me identifico com o professor (papel desempenhado por Robert Redford), que quer por que quer, desafiar e mentorar o aluno-destaque.
“Você é bom com as palavras, mas seus argumentos carecem de paixão” – ele retruca no duelo que travam Experiente e Precoce. O professor quer mais do que ensinar, sua realização está noutra esfera. Mas a realização da sua dedicação está ali à sua frente: multiplicar-se na vida de um mais jovem.
Mas mesmo quando estou na passividade, por exemplo, ao longo do sermão de domingo, a mente vai a mil. Ou por exemplo, no lazer de hoje à tarde, com minha cara metade. Assistindo ao filme Leões e Cordeiros logo me identifico com o professor (papel desempenhado por Robert Redford), que quer por que quer, desafiar e mentorar o aluno-destaque.
“Você é bom com as palavras, mas seus argumentos carecem de paixão” – ele retruca no duelo que travam Experiente e Precoce. O professor quer mais do que ensinar, sua realização está noutra esfera. Mas a realização da sua dedicação está ali à sua frente: multiplicar-se na vida de um mais jovem.
Como acertar no equilíbrio descanso/pró-atividade; fé e descanso/atuação e persistência?
Acho que tem a ver com a altura da órbita em que a nossa realização navega.
6.11.07
Os loucos tomaram conta (2)
Nesta parte 2, continuo a compartilhar minha fala no 2º Eclesiocom (leia a primeira parte aqui).
Numa escrita fluida, Eric Raymond estabelece num Manifesto do tipo nerd, princípios para o uso e desenvolvimento (colaboração e aprimoramento) de softwares livres. O nome desse trabalho: A Catedral e o Bazar - (está liberado em português aqui), carinhosamente apelidado de CatB.
O grande princípio manifesto nesses tempos de internet é que não existe mais: silêncio, formalidade, comando e controle, hierarquia. A cena de uma só pessoa falando enquanto os outros em silêncio ouvem, é o que melhor descreve a Catedral. Já o bazar é o fim de feira: todos falam ao mesmo tempo, às vezes gritam, ouvem de uma maneira seletiva, não há hierarquia só informalidade e liberdade.
Numa escrita fluida, Eric Raymond estabelece num Manifesto do tipo nerd, princípios para o uso e desenvolvimento (colaboração e aprimoramento) de softwares livres. O nome desse trabalho: A Catedral e o Bazar - (está liberado em português aqui), carinhosamente apelidado de CatB.
O grande princípio manifesto nesses tempos de internet é que não existe mais: silêncio, formalidade, comando e controle, hierarquia. A cena de uma só pessoa falando enquanto os outros em silêncio ouvem, é o que melhor descreve a Catedral. Já o bazar é o fim de feira: todos falam ao mesmo tempo, às vezes gritam, ouvem de uma maneira seletiva, não há hierarquia só informalidade e liberdade.
Enfim, nesses novos tempos, a hierarquia é subvertida, o poder está esvaziado,
há muita conversa e as pessoas se vêem como tal (ou seja PESSOAS!)
Cito agora umas falas de Hernani Dimantas:
há muita conversa e as pessoas se vêem como tal (ou seja PESSOAS!)
Cito agora umas falas de Hernani Dimantas:
A sociedade tende a se re-arranjar num modelo caótico, interativo e colaborativo ... A revolução não será televisionada (frase criada por Scott Heron) – evoca algo sutil e silencioso... Falar é barato o silêncio é fatal ...
Dimantas é meu amigo e parceiro de caminhadas do Redondo - um movimento que criamos para discutir os rumos do mundo digital. Ele é autor entre outros do livro Marketing Hacker - publicado pela Editora Garamond.
Há uns quatro anos mais ou menos, Dimantas apresentou no café redondo o video colaborativo All Your Base Are Belongs To Us - os primeiros autores (japonêses) fizeram a tradução literal para esse inglês macarrônico. É um outro grito revolucionário do mundo hacker onde as empresas, instituições e organizações precisam acordar pois as suas bases não estão 100% protegidas!
O que está acontecendo na prática? Alguns exemplos:
- Blogs (pessoais, multi pessoais, multi línguas)
- Comunidades
- Grupos de Afinidade (tribos)
- Milhões e milhões de iniciativas
4.11.07
Interrompemos nossa programação
Chamo a atenção dos meus queridos e diletos leitores, visitantes e paraquedistas, para um desafio importante. O Lou terá que sair da gruta por algumas horas - e é um motivo especial e importante.
Como sei que (até expliquei o por que) o Lou é um dos mais lidos e comentados da blogosfera cristã (inclusive o Technorati me lembra com #37 e eu com meros #24), por isso é bem provável que você já deva estar sabendo do que vai rolar nessa terça.
Tem um testemunho muito legal da aventura dos pais (Lou e Dedé) com o Thomas aqui na Kerigma.
E nessa mesma dependência, cada dia sendo como Deus assim o quer e assim o permitir, eles vão para mais uma etapa dessa jornada. E quem sabe você pode caminhar junto.
Vai lá na Gruta do Lou, e saiba mais. Participe dessa luta, e ajude.
O pensamento final que me veio à mente é:
Quem vive de racionamentos, como tudo é inesperado, nada é surpreendente.
Como sei que (até expliquei o por que) o Lou é um dos mais lidos e comentados da blogosfera cristã (inclusive o Technorati me lembra com #37 e eu com meros #24), por isso é bem provável que você já deva estar sabendo do que vai rolar nessa terça.
Tem um testemunho muito legal da aventura dos pais (Lou e Dedé) com o Thomas aqui na Kerigma.
E nessa mesma dependência, cada dia sendo como Deus assim o quer e assim o permitir, eles vão para mais uma etapa dessa jornada. E quem sabe você pode caminhar junto.
Vai lá na Gruta do Lou, e saiba mais. Participe dessa luta, e ajude.
O pensamento final que me veio à mente é:
Quem vive de racionamentos, como tudo é inesperado, nada é surpreendente.
1.11.07
Os Loucos tomaram conta (1)
Minha participação no 2º Eclesiocom - Colóquio de Comunicação Eclesial (vide primeiras notícias), debaixo do Painel Comunicação Religiosa nas Comunidades Virtuais, teve como tema: Os Loucos Tomaram Conta do Hospício. E a seguir compartilho com vocês o que apresentei - em partes. E esta é a primeira parte.
Começo com as 95 Teses de Lutero, pregadas na porta da Catedral de Wittenberg - também chamada de Schlosskirche ("castle church"). Por ser no dia do aniversário da Reforma Protestante, pego como gancho para falar de rompimento, subversão e coragem. Vamos então ver o que é o Cluetrain Manifesto. Trata-se de um trabalho feito em 1999 por 4 autores (Locke, Levine, Searls e Weinberger) com o subtítulo: O Fim dos Negócios como Conhecemos.
Esses autores também desenvolveram as suas 95 teses, sendo a primeira: mercado são conversações. Todo o Cluetrain pode ser lido em portugues (não o livro, mas o manifesto).
A era digital traz para cada ser humano a possibilidade de, ao se expressar, ganhar significado e singularidade como pessoa. Por isso que o internauta vive em comunidades, tribos, grupos ...
Essas comunidades permitem ao participante:
- se fortalecer como pessoa;
- dedicar boa parte de seu tempo;
- sentir-se parte de um grupo;
- comunicar-se com outros, com afinidades e semelhanças;
- até mesmo tentando converter o seu amigo, colega, confrade ...
O silêncio é caro. Falar é fácil e nos dá prazer e sentido.