30.7.06

 

Prato cheio


Fazer o que? Tenho compromisso eclesiástico daqui a pouquissimo, pouco mesmo, e vcs ficam me buzinando pra mais postagens...

Pois bem, o que me recorre e arrecorre nestas mal traçadas linhas digitadas apressadamente é que esses escândalos e essas desvendações (quando as sujeiras saiem debaixo do tapete e vão pra de volta ao chão da sala) nos dão um prato cheio - mas nem vou postar, pois já postado está!

Se você não acompanhou, pegue um pouco de história contemporânea do evangelicalismo e de suas quase teologias. O embate (longe de ter sido empate), está na integra aqui, parte 1, e depois aqui, parte 2.

Não sei quem é o profeta. Mas o cara viu antes da Veja e ouviu antes das Ambulâncias sirenarem, que algo não cheirava bem no reina da Gospelandia, e ele (ou ela?) revelou em maio, aqui.

Já botando ainda mais as manguinhas pra fora (já era hora!), o grande Pava (voce é precioso!!). Mais uma coleta de nomes pra esclarecer ... ? ... o inesclarecível! Não tem deixado pedra sobre pedra - ou melhor só post sobre post. E dos bons. Viva a blogosfera!!

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(Mais tarde) -> quem nao conseguir acessar os dois primeiros links , tem que ir no www.caiofabio.com e buscar o link das cartas.

28.7.06

 

Gratidão


Dostoievsky foi certamente um raro e sensível tradutor dos mais profundos sentimentos humanos. Seus personagens saltam para a vida como que penetrando nosso cotidiano - a despeito de séculos, línguas e culturas que nos separam.

No fundo o homem é o mesmo. E no raso também. Principalmente no raso.

"Se ela [a humanidade] não for estúpida, é monstruosamente ingrata! Fenomenalmente ingrata. Na verdade, creio que a melhor definição do homem é de bípede ingrato."

Disse Moisés a Israel: "O Senhor não vos amou e escolheu porque éreis mais numerosos que outros povos, pois éreis o menor de todos os povos. Mas foi porque o Senhor vos amou."

Os Guiness:
"Temos que colocar graça e juízo, céu e inferno, um contra o outro como alternativas? Claro que não. Jesus acredita claramente em e ensina a ambos. Mas surpreendentemente, suas admoestações sobre o inferno não foram dadas àqueles que a maioria das pessoas de sua época achavam que iriam para lá. Para os chamados publicanos e pecadores Jesus falou de graça.Geralmente ele diriiu suas advertências sobre o inferno àqueles que eram complacentes quanto a seu lugar no céus. Cheios de si e de seu senso de "escolhidos" e "pureza", os fariseus haviam esquecido da graça e não tinham senso algum de gratidão."

22.7.06

 

Tu

Tu me destes a Ti mesmo
De maneira maravilhosamente graciosa
Não foi algo, um presente,
Nem um momento somente.

Fostes tu mesmo a inundar meu ser

Tu me destes desta alegria sem fim
Que passageira certamente não é
Nada que é meu, é de fato assim
Meu como certamente não é

Mesmo o meu agradecimento
É graça que vem de Ti
De graça sem mérito
Desprovida, mãos vazias
Num grato sentimento

Até nisso Tu me provês
Fostes tu mesmo a inundar meu ser

Obrigado Senhor porque na minha alegria
Tenho a Ti para agradecer

21.7.06

 

Irmão. Irmão?


Tá muito desgastado. Tempos modernos, além dos modernos. Pós-moderno.
Construa e desconstrua. Nada tem sentido. Tudo sem sentido. Tudo sentido e não entendido.

Veja o diálogo*:

"Agora é a hora de fazer a coisa certa. Nessa quebrada sempre foi tudo lindo e elegante, não é agora que vai ficar quadrado, certo meus irmãos?"

Se não é conversa de púlpito ...

E agora, José? O que dizer dos sanguessugas e a participação evangelical? A bancada evangélica se transformando em cambada evangélica!

Acorda amor! Música do Chico. Chame o ladrão - pra hora da ambulância e pra hora de uma benção apostólica, uma unção de óleo, uma oração próspera ...

Tudo sem sentido. Tudo sentido e nada entendido.

*Conversa telefônica gravada entre o piloto (meliante em liberdade) e presos.

15.7.06

 

Veja e voceis


Voceis, evangélicos, foram retratados na última VEJA.

O Caio escreveu. Aqui.

E o Armando Bispo arremeteu:

"O falso milagre e a falsa promessa do céu na terra têm nas romarias e nos templos a maior demonstração de alienação e analfabetismo espiritual do povo brasileiro. Católicos romanos e neo-evangélicos reinterpretam a Bíblia, quando não a ignoram, para dar ênfase aos próprios projetos institucionais e personalistas. Numa inversão da palavra de João Batista "Importa que ele cresça eu diminua", estamos assistindo ao sumiço de Jesus e ao destaque dos papas, pastores e apóstolos."
Armando Bispo da CruzFortaleza, CE

in - VEJA (Seção Cartas) Edição 1965 (desta semana)

Discussão em andamento no iougurte, comuna do Vida Acadêmica.

 

Quando se está só


O dia passou. Sento-me pra escrever. Ouvindo Jacques Loussier tocar Bach jazzed up.

Quanto mais fico só, mais abraço toda a humanidade.

O sábado valeu, pois à tarde - apesar de só - me fez mergulhar um pouco mais no chamado. Não. Não curti tristeza. Tranquilo, sem estresse. Tempo para mim e para o turbilhão de pensamentos. Quantos desafios gente!? Foi só parar um pouco para abraçar o mundo com todo o seu grito desesperado de socorro.

É o pai com a vasilha plástica vazia pedindo umas moedinhas. Passo duas vezes por eles. A família foi inteira pra Paulista. Nada de especial - nem sol tinha pra esquentar. Na segunda vez, desvio de minha travessia e vou em sua direção e ploc duas moedinhas ... é o símbolo, a atitude.

As manchetes, as cenas da CNN, o ambiente austero dos camburões atravessados sobre as calçadas, a discussão no Orkut, as respostas na VEJA para a VEJA, uma Igreja sem Deus, o livro do Os.

Avenida Paulista, Líbano, Caifa, Moscou, Favelas, El Salvador, Presidio, São Paulo, Brasília, Nova Iorque, Uóxingtom, Iraque ...

Turbilha esse fervilhão. Sorvo esses sentimentos. Me paralizam os pensamentos. O meu chamado - não se esqueça. Ou melhor: lembre-se!

Fim de noite. Bach tocando, jazzed up. Estou só? Com toda a humanidade e Deus por companhia.

Quando se está só,
se está porque deseja
Pois Ele, com certeza,
não foge de ninguém!

Deus está sempre perto;
amigo, braço aberto
Convida a ir com Ele
pra não mais se estar só

Do poeta maior da minha geração Sérgio Pimenta - Quando se está só (escrita no leito do hospital - 1986).

5.7.06

 

Nunca ouvi falar


A ignorância é uma mer-cadoria problemática - e a carregamos pra cima e pra baixo.

No filme OS DOZE CONDENADOS, o soldado interpretado por Donald Sutherland tem que se fingir de General para fazer uma inspeção nas tropas milimetricamente perfiladas, de recrutas saidos das fraldas e se preparando para o combate. Era para ele passar pelo batalhão e pronto - fazer o seu ato de fingimento.

Com um toque de sofisticação que só um General poderia ter ele pára em frente a um menino com jeitão bem caipira e pergunta na lata: "De onde vc é filho?" Ao que prontamente a voz fina retruca: "De Muzambinho, senhor!" (Tradução livre, viu Miltão). Ele fixa o olhar no rapaz e diz: "Nunca ouvi falar!"

O que dizer de minha ingnorância a respeito de Dorothy Sayers? Antes que os comentários do Brabo e do Lou e de meus diletos e queridos leitores venham me perseguir com gritos humilhantes e ameaças tresloucadas - é bom que confesse e me penitencie. E com profunda contrição, hein!

Except ye become as little children, except you can wake on your fiftieth birthday with the same forward-looking excitement and interest in life that you enjoyed when you were five, "ye cannot enter the kingdom of God." One must not only die daily, but every day we must be born again.
Howard Gardner (esse pelo menos eu conheço de leitura) diz que uma das características do líder é a mente da criança de cinco anos. Volto à baila mais tarde.

Essa mulher é tremenda - escrevia com fluência e dedicação, e contribuiu de forma impressionante para a fé dos ingleses e de irmãos por todo o mundo. Morreu do coração em 57.

Essa valeria colocar lado a lado com a do Lutero aí em cima!

In the world it is called Tolerance, but in hell it is called Despair, the sin that believes in nothing, cares for nothing, seeks to know nothing, interferes with nothing, enjoys nothing, hates nothing, finds purpose in nothing, lives for nothing, and remains alive because there is nothing for which it will die.

E por final um arremate que encontrei numa biografia concisa:

The only Christian work is good work, well done

4.7.06

 

Só falta a música


Só falta a música – a letra já tá pronta:

Me engana
Na Gana ou na falta de gana
Me engana

Me engana que eu gosto
Sou brasileiro – cordial, alegre, bonzinho
O altaneiro, bobão sem dinheiro
Mas vou indo, vou indo

Enganação?
Engana a nação,
Com muito amor
E muita dor.

Me engana
só mais um tantinho
Até eu acordar de novo
Na Segunda-feira
De cara feia, seu moço
Pronto pro trampo
Na minha cidade
E cair de volta
À realidade

Me engana que eu gosto
Sou brasileiro – cordial, alegre, bonzinho
O altaneiro, bobão sem dinheiro
Mas vou indo, vou indo

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