29.6.08
Ventos sopram
There are many related ways to characterize the split: a push to better this world as well as save eternal souls; a focus on the spiritual growth that follows conversion rather than the yes-or-no moment of salvation; a renewed attention to Jesus’ teachings about social justice as well as about personal or sexual morality.
Falando das figuras que hoje representam a força evangélica dos Estados Unidos, há em Rick Warren e Bill Hybels novos ventos contrastando com Falwell (falecido no ano passado) e Dobsom:
Creio que estrategicamente deram uma suspendida no esforço da divulgação do Manifesto, lançado em maio, para não se confudir e nem ser usado com fins políticos ou eleitorais.
Falando das figuras que hoje representam a força evangélica dos Estados Unidos, há em Rick Warren e Bill Hybels novos ventos contrastando com Falwell (falecido no ano passado) e Dobsom:
Há muitas formas que se relacionam para caracterizar a ruptura: um esforço para melhorar o mundo assim como salvar almas para a eternidade; um foco no crescimento espiritual que segue a conversão ao invés do momento sim-ou-não da salvação; uma renovada atenção aos ensinos de Jesus acerca da justiça social assim como sobre a moralidade pessoal e sexual.Matéria do New York Times de 28 de Outubro de 2007 escrita por David Kickpatrick sob o tema O Racha Evangélico. Esse mesmo tipo de preocupação o Manifesto Evangélico levantou (estamos traduzindo – aguarde), e para quem é ainda mais saudosista, basta buscar as conclusões de Lausanne 74.
Creio que estrategicamente deram uma suspendida no esforço da divulgação do Manifesto, lançado em maio, para não se confudir e nem ser usado com fins políticos ou eleitorais.
28.6.08
Hollywood nos faz crer em Deus!
Há dois mitos que atuam fortemente em nossa cultura ocidental. Uma vez que ambos estejam colocados lado a lado – veremos como eles se destroem mutuamente.
O primeiro mito é de que a maldade é um estado psicótico – uma manifestação doentia. O filme “Quando os fracos não tem vez”, celebra em seu anti-herói assino a figura impar de um matador frio e calculista que não mede esforço nem limite para dar vazão a seu instinto. Ele liquida as faturas – compromissos pessoais que nada tem a ver com honra, paga monetária ou vingança. É puro deleite e determinação.
O outro mito é que o Diabo nos prepara o Inferno, e cuidará de quem merecer estar com ele – como se lá fosse a sua moradia. Desta vez, para quem assistir “Antes que o Diabo saiba que você está morto”, com mais uma soberba interpretação de Philip Seymour Hoffman, fica evidente que há no homem um motor inato que o leva à maldade – e isso não é nenhuma doença ou desvio de caráter.
Todo o contexto da vida de dois irmãos que se perdem num ato de loucura e confundidos por uma série de surpresas, foi construído na total normalidade. A normalidade da vida (na seqüência: educação, carreira e casamento), levou os dois irmãos a posições distintas, que, no entanto se convergem intensamente numa hora de crise. O resultado é uma trapalhada total que culmina com o pai cometendo um pecado maior.
Como a normalidade nos leva à insanidade do crime? poderia ser uma pergunta sutil para desmantelar meu argumento inicial. Não há insanidade no subterfúgio de mentiras, pequenos roubos e brigas familiares. Esses atos menores brotam de uma raiz comum, porém efetivamente maligna – o coração humano.
O Diabo não tem interesse na alma do anti-herói de “Quando ...”, até porque ele representa o mal pelo mal – e não o mal pela insanidade psicótica. E o psiquismo doentio dos personagens de “Antes ...” tirados do cotidiano - é no fundo o nosso mal em total evidência. Nem Diabo, nem doença. Tratemos o mal como de fato ele é.
26.6.08
Rápidas e curtas
A semana se revelou novamente punk.
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Já estamos com a Zona da Reforma 6 no ar - assista aqui.
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Sérgio Viriato me manda esse texto do Anselm Grüm:
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Já estamos com a Zona da Reforma 6 no ar - assista aqui.
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Sérgio Viriato me manda esse texto do Anselm Grüm:
Sempre de novo em nossa vida é preciso largar; largar as garantias, as posses. Não só as posses materiais. Sempre de novo em nossa vida somos desafiados a largar algumas idéias preferidas e a nos deixar levar a novos caminhos. Trata-se em última análise de largar a nós mesmos.
Muitas vezes nós mesmos somos um estorvo em nosso caminho. O amadurecimento espiritual só pode acontecer quando nós nos soltamos, quando desistimos de nos agarrar à nossa saúde, à nossa força, à nossa posição.
Talvez nos aconteça como ao pároco da aldeia, de Bernanos, que pouco antes da morte ora assim: "Tu me despojaste totalmente, como só tu sabes despojar". Mas nisto ele também sente liberdade. Nisto experimenta que pode colocar-se inteiramente à disposição desse Deus e, exatamente por isso, ser fecundo para este mundo.
24.6.08
Auto crítica
O Manifesto Evangélico - postado por mim há um mês atras aqui - comandado por um grupo de influentes cristãos dos Estados Unidos - tendo como principal articulador um não americano (Os Guiness) é uma auto crítica de profundo valor. Como documento em si, é importante - mesmo que tenha sido elaborado tendo a sociedade americana como pano de fundo. Creio que devamos nos identificar com nossos irmãos do Norte, em suas lutas, erros e acertos.
O nosso esforço por uma autonomia nos rumos de nosso dia a dia como povo brasileiro de Deus, deve continuar. Há muito que já se passou a era do Cristianismo Importado: o que é bom pros americanos é bom para os terceiros mundistas ... Mas é igualmente errado pressupor que devamos manter uma xenofobia desenfreada. Na verdade temos e devemos ser globais. Nossa seara é global, nossa missão é o mundo, nosso campo é toda a humanidade.
Se de um lado devamos começar por nossa área de atuação e nossos vizinhos, de outro devemos estar com os olhos postos no mundo. Do ponto de vista de estilo quero deixar bem claro que não há mais espaço (assim penso) para os estilos comando e controle; top-down (de cima para baixo); uma metodologia serve para todos ...
Ao contrário: muito respeito pela base, pelas necessidades locais, pelas características e demandas de quem vive em seu contexto, agruras e adversidades exclusivas e únicas. A base deve ditar rumos.
Enquanto não entramos nessa discussão, vamos dar seqüência ao desafio da tradução do Manifesto. Entre outras razões servirá muito para o pastorado conservador pois tem muito de conservador se manifestando por lá.
Mas o meu intento aqui é convocar ajuda. Aqueles que tem condições de junto comigo, com o Raphael do Rapensando e do Thiago do blog homonimo, a pegar 3 páginas de vez, e fazer a reserva. Para nós - que já estamos trabalhando da 01 a 09 - será uma grande ajuda! (A versão no PDF tem 20 páginas e este trio está focado desde o início até a página 9 - ao término do 6º ponto).
Por favor se manifeste no comentário abaixo.
21.6.08
Semana Punk
Já com algumas singelas mechinhas de grisalho, venho descobrir que faz bem acordar cedo. Apesar de sempre (sempre, sempre mesmo) dormir muito tarde, meu dia a dia começava bem cedo, mas com muito sacrifício, aquele baita esforço para recuperar a hora nos minutos adicionais que esperava o tocar da 3ª reserva de back up do despertador. Hoje me antecipo ao despertador e fico feliz de ganhar dele. Desligo antes que ele toque.
Com a exceção dos finais de semana, fazia direto uma jornada diária de 12 a 13 horas no trabalho. Não que as coisas mudaram assim radicalmente, mas hoje em dia faço 11 a 11,30 horas e assim tenho conseguido postar mais frequentemente. Só neste pedaço estou perto dos 400 posts. Em quatro anos, não é muito. Pulei alguns bons dias. Mas por ter sido mais regular nestes últimos meses, parece que peguei a mão. Longe de ser um Brabo, ou um Lou - que mesmo sem conexão em casa, pega o caminho da roça - quer dizer da Lan House, e tá levando a Gruta pra frente.
Postar é terapêutico. É uma super atividade social. E mais - é um caminho sem volta. Mas com a sua licença, vou parar por aqui hoje. São sete de la matina e terei pela frente oito horas de curso para dar. Realmente a semana foi e é punk!
É isso mesmo - ainda bem que eu sou jovem! ;)
19.6.08
Na correria do dia
Acabei postando pouco - esta semana e a passada.
Estou montando um jeito para criar um repertório de postagens - mesmo que seja só o embrião ou o prato pré-cozido, para daí só dar o arremate e ir pro ar. Mas ainda falta alguns ingredientes nesta minha cozinha diversificada.
Ontem subi um post lá no Diários do fusquinha. Não sem antes passar um texto para um jornalista que queria algo sobre vendas. Mirei entre os olhos do vendedor pit bull e mandei bala. Não é a primeira vez. É uma santa e bem justificada revolta pela superficialidade e enganação.
Se todo o cliente aceitar o rosnar de um pit no atendimento, ou se todo o sucesso vier pelos dentes mortais de um vendedor bem adestrado - estamos mais perdidos do que um terceiro mandato do Lula. E olha que pra mim isso é a morte - m, o, r, t, é - morte!
E hoje, agora pouco mesmo, subi um post no Espicaçando - onde eu e o Adiron dividimos posts a cada semana. Ele vai na terça e eu vou na quinta. Se não tomar cuidado vou pros quintos, isso sim ... Mas estou eu, lá a conversar com um livro. Se não tiver paciência pra ler, veja o Van Gogh de óculos que está uma gracinha (como diria a nossa Hebe).
Bem, se você ainda tiver estômago - veja o que nossos exportadores chamam de 'revival'. Não são todos - eu sei, mas na hiperbole a gente encontra graça. Quer dizer, hiperbole são os caras, a começar pela barriga do preacher! Aqui. Pra pegar o espirito da coisa, a palavra drunk em Inglês quer dizer: bêbado.
16.6.08
Solidariedade e oração
Somos tentados a manter os problemas do mundo, na medida de suas distâncias físicas. É preferível e mais confortável, mantermos a nossa vidinha sossegada. No entanto somos instados a provar amor para com os vizinhos tanto próximos como distantes.
Recebo notícias de Labutta - em Mianmar. Uma equipe de atendimento emergencial necessita de nossas orações - tanto para eles como para o povo em sofrimento. Levaram comida e remédio, e devem permanecer por mais um tempo por lá.
Comentem as intenções de intercessão para que eles também saibam de nosso apoio.
Para quem não se recorda, já se passou mais de um mês, mas pouca coisa mudou. Leia aqui.
15.6.08
Cristianismo Código Aberto - 6
Como o código permaneceria aberto, a despeito das forças contrárias?
O risco de se fechar o Código do Cristianismo não viria pelo inimigo de nossas almas. De longe, Deus havia estipulado limites: “... as portas do inferno não prevalecerão contra ela (a igreja)”.
O risco maior estava nos próprios crentes. Vemos isso nas cartas paulinas – basta repassar as introduções de cada uma delas. São escritas para os amados, para os santos, às igrejas, à igreja de Deus, aos santificados, aos fiéis irmãos ... Já nas cartas de Pedro, ele se dirige aos eleitos que são forasteiros e aos que conosco obtiveram fé igualmente preciosa ...João utiliza um tom ainda mais pessoal, dirigindo-se a filhinhos, à senhora eleita e seus filhos ... Mesmo Tiago que mantém um caráter mais impessoal em sua carta se dirige às doze tribos da dispersão.
Ou seja, iniciamos pelos Evangelhos, onde encontramos o relato vivo de Jesus, suas falas e sua história – em detalhes suficientes para que sejamos impactados e transformados pela notícia de tão grande salvação. No livro de Atos dos Apóstolos somos que direcionados a compreender a expansão do Reino no âmbito físico e geográfico, com as atuações resignadas de mártires e de nossos heróis da fé cristã. E a partir daí, nas diferentes cartas somos ensinados nos desdobramentos e significados da fé – sempre no âmbito de comunidades.
Nosso maior desafio portanto está em manter a chama acesa do Corpo de Cristo no sentido comunitário. E para isso Jesus deixa a chave para que o código permanecesse sempre aberto: “onde estiverem dois ou três em meus nome ...”
Se de um lado refletimos e repensamos a forma e a maneira de se fazer igreja – recusando a predominância institucional sobre a simplicidade e franqueza da comunidade, somos instados a permanecer como comunidade. E a sempre sermos comunidade. Somente assim o cristianismo terá valor verdadeiro. Só assim haverá manifestação real e verdadeira de Jesus – e a manifestação d’Ele vivo e em sempre abundante amor.
A chave reside bem aí – no amor!
Como manifestar amor aos outros se não estivermos com mais gente? Como ser comunidade se pelo menos três não estiverem reunidos? Como imitar a Cristo que amou e deu de Si? Como obedecer a vontade de Deus de amar aos outros?
Novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros. (João 13:34)
O risco de se fechar o Código do Cristianismo não viria pelo inimigo de nossas almas. De longe, Deus havia estipulado limites: “... as portas do inferno não prevalecerão contra ela (a igreja)”.
O risco maior estava nos próprios crentes. Vemos isso nas cartas paulinas – basta repassar as introduções de cada uma delas. São escritas para os amados, para os santos, às igrejas, à igreja de Deus, aos santificados, aos fiéis irmãos ... Já nas cartas de Pedro, ele se dirige aos eleitos que são forasteiros e aos que conosco obtiveram fé igualmente preciosa ...João utiliza um tom ainda mais pessoal, dirigindo-se a filhinhos, à senhora eleita e seus filhos ... Mesmo Tiago que mantém um caráter mais impessoal em sua carta se dirige às doze tribos da dispersão.
Ou seja, iniciamos pelos Evangelhos, onde encontramos o relato vivo de Jesus, suas falas e sua história – em detalhes suficientes para que sejamos impactados e transformados pela notícia de tão grande salvação. No livro de Atos dos Apóstolos somos que direcionados a compreender a expansão do Reino no âmbito físico e geográfico, com as atuações resignadas de mártires e de nossos heróis da fé cristã. E a partir daí, nas diferentes cartas somos ensinados nos desdobramentos e significados da fé – sempre no âmbito de comunidades.
Nosso maior desafio portanto está em manter a chama acesa do Corpo de Cristo no sentido comunitário. E para isso Jesus deixa a chave para que o código permanecesse sempre aberto: “onde estiverem dois ou três em meus nome ...”
Se de um lado refletimos e repensamos a forma e a maneira de se fazer igreja – recusando a predominância institucional sobre a simplicidade e franqueza da comunidade, somos instados a permanecer como comunidade. E a sempre sermos comunidade. Somente assim o cristianismo terá valor verdadeiro. Só assim haverá manifestação real e verdadeira de Jesus – e a manifestação d’Ele vivo e em sempre abundante amor.
A chave reside bem aí – no amor!
Como manifestar amor aos outros se não estivermos com mais gente? Como ser comunidade se pelo menos três não estiverem reunidos? Como imitar a Cristo que amou e deu de Si? Como obedecer a vontade de Deus de amar aos outros?
Novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros. (João 13:34)
14.6.08
Cristianismo Código Aberto - 5
O Cristianismo em suas manifestações iniciais, logo após a ascensão de Cristo, alcança o mundo. Em diferentes localidades, conforme descrito no livro de Atos dos Apóstolos, judeus e gentios aceitavam a mensagem do Evangelho e partiam de volta para suas cidades. As Boas Novas que Cristo morreu na cruz, foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, sendo nosso substituto e nos salvando, alcança a Oeste o Egito e a África, e a Leste a Ásia Menor, Grécia e Europa.
O momento da Páscoa e das celebrações agiam de maneira positiva para carregar e transmitir o ‘vírus’ da paz e amor em Deus. Daí que as cartas neo-testamentárias – em sua maioria – são dirigidas às igrejas formadas em localidades específicas, Roma, Corinto, Galácia, Eféso, Filipo, e assim por diante.
Fica claro diante disso, que a força da igreja (e sua grande característica) reside na comunidade que representa: os santos. Assim vemos que a igreja não dependia de paredes ou algo físico para se configurar como tal. É claro que se reuniam. Mas o objetivo era para estarem juntos, não o de se ter um lugar para se encontrar.
O Cristianismo Código Aberto, que abria seus braços, recebia convertidos e atuava como comunidade, não tinha tempo nem foco para sair de sua missão e construir uma tenda ou um lugarzinho especial.
Foi a partir das construções de igrejas e templos que o código começou a se fechar.
O momento da Páscoa e das celebrações agiam de maneira positiva para carregar e transmitir o ‘vírus’ da paz e amor em Deus. Daí que as cartas neo-testamentárias – em sua maioria – são dirigidas às igrejas formadas em localidades específicas, Roma, Corinto, Galácia, Eféso, Filipo, e assim por diante.
Fica claro diante disso, que a força da igreja (e sua grande característica) reside na comunidade que representa: os santos. Assim vemos que a igreja não dependia de paredes ou algo físico para se configurar como tal. É claro que se reuniam. Mas o objetivo era para estarem juntos, não o de se ter um lugar para se encontrar.
O Cristianismo Código Aberto, que abria seus braços, recebia convertidos e atuava como comunidade, não tinha tempo nem foco para sair de sua missão e construir uma tenda ou um lugarzinho especial.
Foi a partir das construções de igrejas e templos que o código começou a se fechar.
13.6.08
Evangelho tipo exportação
Leio no Valor de hoje que igreja independentes querem alcançar outros países utilizando da tecnologia para transmitir ao vivo seus cultos dominicais. Via satélite é possível realizar reuniões simultâneas e centralizadas no grande orador. Um tal de reverendo Troy Gramling quer expandir sua igreja no mesmo formato que Starbucks e McDonalds. Vejo a foto de um cinema em Lima, com a pregação via satélite.
Enquanto se discute (pelo menos por aqui) o Cristianismo Código Aberto, vemos iniciativas de um código fechado: centralizador, de comando e controle, de cima para baixo. Como se Peru e Brasil fossem republiquetas de bananas. Como se não pudessemos produzir as lideranças pastorais em suas localidades. Como se a pregação - seja em video ou pessoal - fosse realmente o mais importante do ponto de vista da eclesiologia, do ensino e até mesmo da evangelização.
Billy e Frank -
Sei por ouvir falar e sinceramente não me dei ao trabalho de entender o que a Associação Billy Graham pretende. O cara - a quem respeito muito - já fez e fez bastante. Agora quer nos apresentar o seu filho, a quem passou o bastão de comando de sua organização. Tudo muito estranho a meu ver.
De novo, parecem querer nos ensinar algo! Muito bem - aceito aprender, mas desde que respeito seja conjugado também. E coerência seja a cereja do prato.
Há muito que O Plano Mestre do Evangelismo foi lançado no Brasil -relatei que participei desse evento (avi! como estou ficando velho!!). A tônica era 2º Timóteo 2:2.
E aquela histórinha de ensinar o cara a pescar, ao invés de ficar lhe dando peixe?
E - cá entre nós, falando bem baixinho pra poucos ouvirem: a internet não está fazendo uma revolução social no mundo inteiro?
É ... tem gente perdendo o bonde!
8.6.08
Cerimônia Ecumênica
Conto para você que a cerimônia do meu casamento foi um pouco tumultuada. Para atender os lados das famílias dos noivos – um longo diálogo promovido por mim e meu então futuro sogro, conciliaram interesses na Capela Anglicana (Saint Paul) com uma dupla ministração. De um lado estaria o bispo ortodoxo siriaco vindo de Campo Grande, assistido pelo padre local e de outro o reverendo Ivan Espíndola D’Ávila (de saudosa memória).
A Igreja Independente (IPI) à época tinha uma norma interna que proibia seus pastores de oficiarem casamentos em cerimônias ecumênicas. Todo o processo de negociação foi realizado para de fato agradar as famílias. Os noivos eram detalhe e como casal, parte passiva na equação. A exceção era minha participação atuando como embaixador.
- - -
Meu sogro era um negociador muito duro. Talhado pela experiência juvenil de um exílio, e tendo chegado com parcas economias no Rio de Janeiro no início da década de 50, foi galgando degraus em sua escalada industrial. Ora como químico, ora como desenvolvedor de processos e finalmente como inventor e empresário. Estabeleceu negócio em São Paulo, e dali ganhou o Brasil e além mares. Sua fábrica chegou a ser a maior fornecedora de faixa branca para pneus de carros na década de 60. Abastecia também os veículos com aqueles tapetes de borracha. E chegou a ser líder em fabricação de espumas e colchões de poliuretano por vários anos. Em 73 ganhou o prêmio de Industrial do ano, pela poderosa FIESP.
Ele manteve a tradição de sua família como Ortodoxo siriaco, ajudando a construir e a manter uma igreja no bairro de Mirandópolis, assim como foi ele que construiu sozinho o salão social na rua vizinha – palco de festas e encontros da comunidade local.
Era nesse contexto – do lado de lá - que a pressão de interesses precisava se aportar numa segura conciliação.
- - - -
Namorava com a Regina quando atendi o convite de sua família para ir a uma cerimônia na igreja local. Meu sogro participava como um de seus anciãos. Ao adentrar pela primeira vez na sua pequena igreja, fui surpreendido pelos dizeres inscritos no arco à minha frente: “Por que Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito”. Era um misto de alegria e de frustração. Me fora ensinado, e assim tinha aprendido: que esse versículo havia se perdido, juntamente com todas as Bíblias, logo no início da história do cristianismo. E em pleno século XX, cabia às organizações Billy Graham (com seus escritórios satélites nos quatro cantos da terra) a missão de resgatá-lo. Deveríamos utilizar todos os meios: folhetos, pregações na rua e em praças, rádio e televisão, e até os púlpitos protestantes. Essa mensagem deveria ser exclusiva dos evangélicos - estava lá sendo jogada na minha cara, fortalecida pelo cheiro do incenso.
Eu permanecia estarrecido, sentadinho na segunda fila, ouvindo a leitura do Novo Testamento – em especial as palavras de Jesus, na língua aramaica. Sem entender, mas arrebatado em espírito pela lição de que o vento sopra onde quer, na manifestação soberana e sobrenatural de Deus.
Foi mais uma fenda nas minhas fechadas convicções exclusivistas.
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Em suas memórias – documentadas num grosso caderno de folhas A4 datilografadas em espaço 2, meu sogro relata um pouco de sua ascendência. Conta de seu avô, um pároco local do norte do Iraque e sul da Turquia. As influência sobre seu pai e a mulher de fé que era sua mãe. Ele nasceu em Mosul – final dos anos 20 (há controvérsias). A foto que ilustra esta postagem demonstra a vitalidade da Igreja Siriaca Ortodoxa na sua cidade natal. Provavel que seja de antes da segunda guerra. Descubro inclusive (estaria no meu subconsciente?) que o atual patriarca é conterrâneo do falecido Sami – tendo nascido também em Mosul em 1933.
- - - -
Fruto de um esforço coordenado o almoço ontem foi um sucesso, apesar do horário. Eram quase seis horas da tarde. As filhas tinham viajado ao longo das noites anteriores para ser juntarem ao irmão – e na presença dos pais, comemorarem trinta anos daquela cerimônia ecumênica.
6.6.08
O Sucesso do Seinfeld
No outro blog em que participo com mais umas tecladas (no mínimo semanal), com o sugestivo nome de Espicaçando o Marketing, fiz uma análise da interpretação que o Seinfeld tem do tempo presente, e como isso abriu-lhe as portas na maior rede de televisão dos States.
O resultado foi um estrondoso sucesso, talvez nunca a ser repetido na história das audiências televisivas. E pego carona num de seus melhores episódios, aquele da sopa do nazista, e dou minhas espicaçadas no tema.
Confira, aqui!
5.6.08
Zonando à noite
Estamos no Bar do Ton gravando o Zona da Reforma 6 em diante.
Vá lá e acompanhe as postagens evolutivas do momento histórico.
Aqui!
4.6.08
Cristianismo Código Aberto - 4
O processo de abertura do código inicia-se no discípulo, ao atender o chamado de Jesus:
"Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me."
Ali está a revelação do mistério de Deus - o próprio Deus encarnado, feito homem - deixando as bases claras e transparentes para o início de uma jornada espiritual, livre da religião e aberta totalmente para o Pai. Não há floreios, não há estrategemas vendedores, não há subterfúgios. O que se tem de maneira direta é o discurso bruto e realista: negação de si, tomar o instrumento de maldição e tortura (antes dEle te-lo feito!) e com a viga transversal nas costas segui-lo.
Se é figura de linguagem, então é bem pior do que imaginamos. Pois no campo da natureza física entendemos a negação momentânea - quantas vezes não me fingi de morto, quer para depois dar o bote ou me revelar como de fato sou? Essa negação momentânea é traiçoeira, artificial e hipócrita.
Já na conclusão da metáfora - há que se ir à uma profundidade absoluta. Negar a si mesmo é dar adeus ao fechamento humano que fazemos dos outros, de nós mesmos e de Deus. Negar a si mesmo é dar lugar a Deus. Cristo reinando e sendo Senhor em nós é o princípio da espiritualidade aberta a Ele, e dEle para nós. Como poderá uma casa sobreviver a dois senhores? Impossível dividir esta morada central. Negar-se a si mesmo, é uma morte em si mesma. Mata-se o fechado para nascer o aberto.
A negação de si mesmo, é o contraponto da escravidão e do fechamento para a vida. Manter-me fechado comigo mesmo, à minha natureza e à ausência de Deus em mim, é morte. Escravidão e morte. Negar-me o meu eu, é liberdade, é fazer-me aberto para Deus. Aberto à revolução interior e aos efeitos que essa transformação pessoal vai trazer.
Tomar a cruz - diferente de se optar pelo caminho do sofrimento ou estar disposto a encarar as agruras da vida como conseqüência de ser discípulo de Cristo, é mais profundo. É radical - de ter o seu nascedouro na raiz. Somente pela morte de Cristo é que encontramos a paz com Deus. E somente com a nossa identificação em Jesus (morto na cruz) é que passamos a ser agentes dessa paz. A paz tem a ver com abertura. A guerra, a revolta, tem a ver com fechamento.
Siga-me, é o que vai caracterizar o cristão - à semelhança dEle, imitando-o, sendo igual a Ele, pois cedemos a nós mesmos para que o caráter de Deus nasce em nós e dê fruto em nosso viver diário. O fruto do Espirito é código aberto. É agregador, é de beleza, é de vida. Seguir ao Mestre é entender com clareza a missão que temos de transformar o mundo (não por nossa força - que seria fechado) mas pela força do amor e da compaixão. Seguir ao Mestre é valorizar e fortalecer a transformação pessoal (individual).
O discípulo ao seguir o Mestre, após ter sido abraçado e tocado por sua graça, inicia a novidade de vida debaixo do manto da liberdade, da paz e da transformação. E sua missão passa a ser de promulgar essa mesma abertura que um dia abraçou e que hoje lhe dá sentido à vida.
"Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me."
Ali está a revelação do mistério de Deus - o próprio Deus encarnado, feito homem - deixando as bases claras e transparentes para o início de uma jornada espiritual, livre da religião e aberta totalmente para o Pai. Não há floreios, não há estrategemas vendedores, não há subterfúgios. O que se tem de maneira direta é o discurso bruto e realista: negação de si, tomar o instrumento de maldição e tortura (antes dEle te-lo feito!) e com a viga transversal nas costas segui-lo.
Se é figura de linguagem, então é bem pior do que imaginamos. Pois no campo da natureza física entendemos a negação momentânea - quantas vezes não me fingi de morto, quer para depois dar o bote ou me revelar como de fato sou? Essa negação momentânea é traiçoeira, artificial e hipócrita.
Já na conclusão da metáfora - há que se ir à uma profundidade absoluta. Negar a si mesmo é dar adeus ao fechamento humano que fazemos dos outros, de nós mesmos e de Deus. Negar a si mesmo é dar lugar a Deus. Cristo reinando e sendo Senhor em nós é o princípio da espiritualidade aberta a Ele, e dEle para nós. Como poderá uma casa sobreviver a dois senhores? Impossível dividir esta morada central. Negar-se a si mesmo, é uma morte em si mesma. Mata-se o fechado para nascer o aberto.
A negação de si mesmo, é o contraponto da escravidão e do fechamento para a vida. Manter-me fechado comigo mesmo, à minha natureza e à ausência de Deus em mim, é morte. Escravidão e morte. Negar-me o meu eu, é liberdade, é fazer-me aberto para Deus. Aberto à revolução interior e aos efeitos que essa transformação pessoal vai trazer.
Tomar a cruz - diferente de se optar pelo caminho do sofrimento ou estar disposto a encarar as agruras da vida como conseqüência de ser discípulo de Cristo, é mais profundo. É radical - de ter o seu nascedouro na raiz. Somente pela morte de Cristo é que encontramos a paz com Deus. E somente com a nossa identificação em Jesus (morto na cruz) é que passamos a ser agentes dessa paz. A paz tem a ver com abertura. A guerra, a revolta, tem a ver com fechamento.
Siga-me, é o que vai caracterizar o cristão - à semelhança dEle, imitando-o, sendo igual a Ele, pois cedemos a nós mesmos para que o caráter de Deus nasce em nós e dê fruto em nosso viver diário. O fruto do Espirito é código aberto. É agregador, é de beleza, é de vida. Seguir ao Mestre é entender com clareza a missão que temos de transformar o mundo (não por nossa força - que seria fechado) mas pela força do amor e da compaixão. Seguir ao Mestre é valorizar e fortalecer a transformação pessoal (individual).
O discípulo ao seguir o Mestre, após ter sido abraçado e tocado por sua graça, inicia a novidade de vida debaixo do manto da liberdade, da paz e da transformação. E sua missão passa a ser de promulgar essa mesma abertura que um dia abraçou e que hoje lhe dá sentido à vida.
3.6.08
Dor e Conseqüências
Para o cristão, a dor em si é motivo de louvor e gratidão? Não seríamos masoquistas, ao passarmos o período de provação pessoal (uma doença, um acidente, uma recuperação física) forçando o sorriso e manifestando agradecimentos?
É importante que entendamos a dor pelas suas diferentes perspectivas. Equilíbrio e ponderação num tema muito complexo.
Phillip Yancey faz a resenha do livro Pain and Its Transformation, The Interface of Biology and Culture que trata da questão da dor com a participação de cientistas de diferentes disciplinas - e aproveita para dar os seus pitacos:
É importante que entendamos a dor pelas suas diferentes perspectivas. Equilíbrio e ponderação num tema muito complexo.
Phillip Yancey faz a resenha do livro Pain and Its Transformation, The Interface of Biology and Culture que trata da questão da dor com a participação de cientistas de diferentes disciplinas - e aproveita para dar os seus pitacos:
Teólogos passam batido ao atribuir a dor como conseqüência da Queda, ignorando os fantásticos pontos desenhados pelo sistema da dor. Cada milímetro do corpo tem uma sensibilidade diferente à dor, tal que uma insignificante poeira cause dor agonizante no olho, porém passe despercebida em extremidades mais duras.Leia mais (em Inglês) aqui.
1.6.08
Guiness e Schaeffer
Era setembro, e estávamos no meio da Expo Cristã. Passei no estande da Vida Nova e comprei mais uma cópia dos Sete Pecados Capitais pela Shedd Publicações. Me dirigi ao Mackenzie onde o Os Guiness estava dando umas palestras, e bem cheguei no amém. Cumprimento o Mauro, o Davi, a Norma, e é claro o próprio. Refresquei sua memória de minhas influências sobre ele (acho que foi o contrário) quando eu o conheci em L'Abri, back in 73. E é claro tietei pedindo que me autografasse o livro.
No dia seguinte estávamos, eu e o Marcos de novo no Mackenzie para entrevistá-lo para a Cristianismo Hoje. Pegamos o canto menos barulhento e ligamos o gravador e fomos perguntando e digerindo. Uma das perguntas da entrevista publicada foi esta aqui:
Por que alguns setores mais conservadores demonizam autores como Kierkegaard e Bonhoeffer? Será que não podemos aprender com eles?
Claro que podemos. E esta é uma área em que Schaeffer exagerou um pouco e fez muito estrago. Ele atacava Soreen Kierkergaard ou Karl Barth por causa de algo particular na sua posição geral – e isso foi um erro. E aí ele dispensava todo o conteúdo do autor, o que é perigoso. Kierkergaard pode ter coisas que não concordamos, como o seu salto de fé, que é muito subjetivo. Mas devemos lembrar que ele atacava a religião seca e abstrata de seu tempo. A mesma coisa é verdade em Bonhoeffer, Barth e outros. A igreja nos seus primórdios, tinha uma pequena frase que dizia: “Toda a verdade é a verdade de Deus”. Então devemos ser os primeiros a reconhecer a verdade. É claro que se um irmão cristão estiver certo, como Kierkergaard, devemos rapidamente reconhecer seu lado certo, não focar sua fraqueza. Mas devemos fazê-lo com discernimento.
No dia seguinte estávamos, eu e o Marcos de novo no Mackenzie para entrevistá-lo para a Cristianismo Hoje. Pegamos o canto menos barulhento e ligamos o gravador e fomos perguntando e digerindo. Uma das perguntas da entrevista publicada foi esta aqui:
Por que alguns setores mais conservadores demonizam autores como Kierkegaard e Bonhoeffer? Será que não podemos aprender com eles?
Claro que podemos. E esta é uma área em que Schaeffer exagerou um pouco e fez muito estrago. Ele atacava Soreen Kierkergaard ou Karl Barth por causa de algo particular na sua posição geral – e isso foi um erro. E aí ele dispensava todo o conteúdo do autor, o que é perigoso. Kierkergaard pode ter coisas que não concordamos, como o seu salto de fé, que é muito subjetivo. Mas devemos lembrar que ele atacava a religião seca e abstrata de seu tempo. A mesma coisa é verdade em Bonhoeffer, Barth e outros. A igreja nos seus primórdios, tinha uma pequena frase que dizia: “Toda a verdade é a verdade de Deus”. Então devemos ser os primeiros a reconhecer a verdade. É claro que se um irmão cristão estiver certo, como Kierkergaard, devemos rapidamente reconhecer seu lado certo, não focar sua fraqueza. Mas devemos fazê-lo com discernimento.