22.5.08

 

Tempos (pós) Modernos

Marconi, Spencer, e Volney
Tempos incríveis não?



E só posso afirmar isso, pois fui lentamente me adaptando ao mundo real e verdadeiro que me cerca. E - sem sombra de dúvida - nutrido em minha fé, e pela graça, mantendo-me ligadão nEle!


Sem isso, é muito dificil para os da minha geração se contextualizarem no tempo presente. E olha que não estou aí pra dar aulas desse tema - sou um mero aprendiz e sento-me lá no fundão.



Almoçando com o herege



De um lado estive nesse fim de semana sentado ao lado de um grande virador de mesa de nossos mundos evangelicais. O Spencer Burke foi retratado pelo Luís aqui. Ele proporcionou uma agradável conversa com café no sábado, junto com o próprio Luís e o Marconi. E depois nosso grupo almoçou no domingo, tendo à sua frente o Ed René como questionador. Uáu! Pena que não gravamos. Entre saladas e cocas zero (só eu que estava de chopps) os pratos principais eram os teólogos latino americanos, a pós-igreja-emergente (!!), eclesiologia pela eclesiologia, os dilemas das denominações tradicionais, editoras tímidas e medrosas, rompimento com o status-quo.



Spencer é um cara amoroso e revela o cristão com alma de artista (ou vice versa). Foi fotógrafo contratado da Kodak, deu aula em universidade, e era um pastor enquadrado no molde batista tradicional. Hoje dirige o Soularize - que é uma comunidade de ensino e colaboração, tem também o The Ooze. Viaja muito dando palestras e organizando encontros em lugares diferentes. Está sempre conhecendo gente nova. É escritor. Não tem nada a ver com um revolucionário a la Che, mas como figura polêmica ele consegue não perder a 'candura'.



Ao responder a primeira pergunta: "De onde vem seu sustento?" Ele fez um rápido retrospecto de sua vida nos últimos dez anos. Ele simplesmente pediu demissão como pastor de ensino de uma mega-igreja da Califórnia. Imaginem o melhor de vários mundos num só cargo: bom salário, excelente estrutura, visibilidade, reconhecimento ... mas ele não queria mais se preocupar (entre outras coisas) com o casal de Cherokee precisando achar lugar no estacionamento para confortavelmente assistir o culto sem que isso fizesse diferença no resto da semana. Ao longo dos anos seguintes ajudou numa das igrejas filhas - mas sem ser assalariado. E hoje ele tem alguns ganhos esporádicos, mas consegue se sobreviver graças ao estilo ultra-simples de vida em família. A esposa trabalha de casa, três dias na semana. A casa que eles tem é simples e pequena e está quase totalmente paga.



Sobre o livro - ainda sem tradução mas cujo título deve ser "O Guia do Herege para a Eternidade, ele compartilhou que ele e mais o outro autor resolveram colocar a pecha de herege por conta própria antes que outros o fizessem. Foi um tempo instigante e agradável. Esse livro especificamente foi bem discutido aqui ( texto e os comentários - em Inglês).



O cara em si, e os temas abordados dão um bom pano pra manga.



Discordando com o fraterno



De outro lado, sou pego tentando explicar para o Roger, quem foi Francis Schaeffer - um dos gigantes da fé do século passado, a quem merece um post mais que exclusivo. E se possível fazendo de maneira fraterna (como aliás deve ser).



Schaeffer me influenciou muito ao longo de minha juventude. Reconheço como os alicerces de minha fé foram fortalecidos pela minha experiência em L'Abri. Conheci gente boa por lá. Sei também que as bases para abraçar de vez o Evangelho Integral (ou Missão Integral) vem desse tempo que estive por lá. Seus textos são referência para se entender o mundo e nossa cultura. Aqui em português.



Hoje, enquanto vemos os Estados Unidos passando por uma certa catarse ao expulsar os demônios que fizeram o país entrar numa guerra imbecil, discute-se a influência de Schaeffer para a formação da direita religiosa (que por sinal sustentou e garantiu Bush nas duas eleições para presidente). O livro "Crazy for God" de Frank Schaeffer (o filho) é um bom combustível na polêmica.



Se somarmos os pitacos em terra brasilis, tanto pelo Gondim como por Caio, e mais a matéria da Cristianismo Hoje sobre L'Abri, podemos dizer que tem mais pano pra manga.



Escrevendo com o coração



Na margem postando por aqui, compartilho uma noção duo-milenar (se não eterna) e que ganha forma e analogia com nosso mundo digital: o Cristianismo Código Aberto. Aqui tem as postagens 1, 2 e 3. Tem mais no forno. Aguarde.



Para ilustrar mais a miúde, como funciona na prática o código aberto e livre, nesta segunda estivemos juntos, Pava, Ricardo Diversitá e o Thiago. A comunidade e a fraternidade fazendo parte do dia a dia. Era uma loucura fazer um pit stop em semana curta e agitada. Rolando na conversa os desafios da blogosfera e o valor que damos para essa grande confraria de irmãos e irmãs. O Ricardo tinha chegado na segunda, direto de João Pessoa. Ele e o Tiago têm a idade de meu filho caçula. Devido à minha forte capacidade de transmutação (he, he) trato os dois como preciosos irmãos.



Quando chego à noitona em casa, eis que vou ver como ficou o programa 4 do Zona da Reforma - estamos a falar sobre a Playboy e nossas irmãzinhas (de hoje -aparentemente não de ontem ...). Ainda tá mais pra zona do que pra reforma ... mas é o efeito (e não o defeito) que atrapalha um pouco.



E pra terminar minha argumentação - estou super animado com o Manifesto Evangélico acontecendo nos USA. Foi lançado no dia 7 e acredito que vai dar um bom pano pra manga.



Tempos incríveis esses!

Comments:
Grande Volney,

"Hoje, enquanto vemos os Estados Unidos passando por uma certa catarse ao expulsar os demônios que fizeram o país entrar numa guerra imbecil, discute-se a influência de Schaeffer para a formação da direita religiosa (que por sinal sustentou e garantiu Bush nas duas eleições para presidente)"

Talvez a história seria outra se a história tivesse sido outra e não precisáriamos discordar um do outro.

Mas a guerra imbecil ainda está em curso. Você foi muito feliz em apontar ela como fator gerador de tanto constragimento com que somos confrontados como evangélicos, americanos do norte ou do sul.

Quem sabe com o Obama mude alguma coisa!

Abração,

Roger
 
Creio que nunca tantos, deveram tanto a muitos.

O preceito é não ficar devendo nada - exceto o amor. A dívida cirstã está em alta. Precisamos fazer algo urgente. Por isso que a revolução continua e temos pressa.

Fraternalmente sou recebido e fraternalmente quero retribuir.

Abração
 
Você sde confundiu com os Thiagos, Volney:

Este sou eu : livrariadothiago.blogspot.com

Abraços!
 
Tudo tem um bom fim, Thiago ... he he

Ôpa - parece que já foi devidamente corrigido, esse erro que permanecia inclusive nos links ao lado!

Valeu pela visita e puxão de orelha ;)
 
Oi Volney !! cada dia que venho aqui aprendo mais uma nova... vc ensina e transmite com graça e sabedoria, sabia ?... e Paraty ? será que iremos ter o prazer de tê-lo aqui no litoral norte ??... se servir Ubatuba, é mais pertinho e eu garanto um churrasquinho bem gostoso pra vc !! rsrsrssss..
Toda minha admiração a vc !
Abraços
 
Caramba, não tava sabendo dessas tantas frentes de revolução ocorrendo, espero que isso impacte (no sentido não religioso) nossa geração (também no sentido não religioso rs)
 
Grande Volney!

=]

Tenho que deixar registrado nos anais da blogosfera a minha gratidão por aquela noite de segunda-feira. Hoje, depois de todo desnorteamento, já me sinto um paulistano.

Obrigado por tuuudo!

PS.: Nephilins são aqueles gigantes que resultaram dos amores dos anjos pelas filhas dos homens. Hehehehe. Referencia somente relacionada à altura, claro.

Aquele abraço!
 
Raphael

Vamos seguir que o Espirito sopra, independente de instituições e engessamentos outros ...

Ricardo - muito legal lhe receber aqui cara! Quer dizer que vc pirou? Ah - agora pode ir explicando pro resto do Brasil porque somos assim tão, tão - erghinszquisito ... he he
 
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