27.4.08
Converse com estranhos
I don’t want clever conversation
Don’t want to work that hard
I just want someone to talk to
I just want you the way you are*
A força da conversa é preciosa e vital. Preciosa pois somos ligados uns aos outros. Vital no sentido estrito, pois a conversa nos dá vida.
Muitos cristãos – que ainda não conheço pessoalmente – fazem parte de minhas conversas. Aparentemente estranhos, são eles que me fazem ver o Corpo de Cristo e perceber além das fronteiras físicas, que o Reino vai bem, obrigado. A despeito é claro da igreja institucionalizada e do esforço claustrofóbico de muitos líderes, o Espírito sopra e vai onde quer.
Querendo Deus – quem impedirá?
*Não quero conversas espertas, preparadas ou ensaiadas. Não é pra se elaborar, para dar trabalho. Eu quero alguém para falar, do jeito que você é. E pronto! A Diana Krall cantando é dez!
Vou listar alguns dos estranhos que estou a conversar neste fim de semana: via Pava, fui para o Tody, que me fez ir para a Tady.indo, e descubro mais irmãos e irmãs nesse mundão afora.
Tem um ditado que diz: Quem não conversa, jacaré pega na estrada. (Modestamente revelo que essa fui mais uma das milhares que pessoalmente cunhei). Mas a voracidade do jacaré é exemplar, porque muita gente está tão entretida em picuinhas, que esquece de conversar. Fica no passado. Constroi o cristianismo dentro dele, não pra fora. Valoriza medalhão.
Por exemplo, dia desses vi numa postagem a seguinte pergunta: “O que o senhor acha de dança no templo?” Pergunta elaborada em pleno ano 2008. E preste atenção porque por 'templo' ele está querendo dizer o prédio da igreja onde os irmãos se reúnem. Ou seja a pergunta já nasce errada! E mais, o certo seria - ao invés de perguntar para medalhão, sair por aí e conversar com os jovens, e ver o que está acontecendo no mundo. Agora, o que tem a ver a dança (expressão artística, coreografia, música com bateria ... e outros babados), o cara tem que abrir mão de seus gostos pessoais, não se fiar na opinião de especialista para ditar as últimas normas e sim buscar consenso, união. E sempre em amor.
Em plena era da internet, conversar precisamos, viu senhores anciãos e anciães.
Conheci ainda agora o nome de Moises Neves. O Senhor já o chamou. O Adriano escreve um requiem para ele, que foi aqui no Brasil a cara dos KKs – King’s Kids. Vi dezenas e dezenas de adolescentes sendo literalmente abençoados por esse trabalho que envolve coreografia e dança. E também vi várias apresentações no templo(!). E de igreja Presbiteriana!! Fico sabendo que vários irmãos – Tody e Ricardo Diversitá por exemplo, estão entre os que foram fortemente influenciados por essa iniciativa.
Em seguida vou conversar (ou ouvir, ou aprender) com o Jotah Mossadihj. E por ele mantenho minha admiração pelo Sandro (ainda um 'estranho'), lembro-me do Renovatio Café, do Luis Fernando Batista . E lembro que ontem mesmo, bati um papo com outro próximo-estranho: o Thomas a quem acompanho as aventuras há duas décadas, praticamente. Quando me vejo estou lá a conversar com ele sobre seus pais!
- - - -
Epílogo -
Converse com estranhos - daqueles que se tornam transparentes diante do mundo. Converse com estranhos – daqueles que são corajosos para serem eles mesmos, do jeitinho que são. Converse com estranhos – daqueles que, pelo tom da voz, você identificará o amor de Cristo.
É isso mesmo, meu conselho, se posso oferecer um é: Converse com estranhos!
26.4.08
Bird got to fly
Tiger got to hunt, bird got to fly;
Man got to sit and wonder why, why, why;
Tiger got to sleep, bird got to land;
Man got to tell himself he understand.
(Kurt Vonnegut)
Bob Moon era um tigre. Empreendedor, líder nato, fortes convicções, e um coração para os pequenos. Um tigre na fé, um tigre no amor ao próximo.
Bob Moon era um pássaro. Precisou voar. O homem fica sem entender o 'por que' - só sabemos que passa dia, passa noite, um dia seremos chamados. Só sabemos 'o que'.
O homem precisa dizer a si mesmo que entende.
Man got to sit and wonder why, why, why;
Tiger got to sleep, bird got to land;
Man got to tell himself he understand.
(Kurt Vonnegut)
Bob Moon era um tigre. Empreendedor, líder nato, fortes convicções, e um coração para os pequenos. Um tigre na fé, um tigre no amor ao próximo.
Bob Moon era um pássaro. Precisou voar. O homem fica sem entender o 'por que' - só sabemos que passa dia, passa noite, um dia seremos chamados. Só sabemos 'o que'.
O homem precisa dizer a si mesmo que entende.
23.4.08
Penalidades
Tem coisas na vida que não tem preço, nem penalidades. Ninguém tem pena de você, nem de mim.
Mas, bem que alguém poderia utilizar da sugestão que recebi por email, para baixarem uma lei e atribuirem multas diversas para as seguintes infrações:
. Não ter mais nada para fazer da vida e passar um dia inteiro na frente da casa dos pais e sogros do casal indiciado por assassinato: R$5.000,00
. Não ter nada mais para fazer da vida e passar um dia inteiro na frente da delegacia para gritar e xingar parentes que vão dar depoimentos: R$5.001,57
. Qualquer das duas situações acima e ainda segurar cartaz: R$1.200,00 por metro quadrado - (acrescentar)
. Ser flagrado nessa situação por foto e sair no jornal da cidade: R$2.400,00 (acrescentar)
. Ser flagrado por câmera de TV (qualquer canal) e ir ao ar no Jornal da Noite: R$3.600,00 (acrescentar)
. Ser flagrado por câmera de TV (qualquer canal) e ir ao ar em transmissão remota e direta: R$6.000,00 (acrescentar)
Situações especiais:
. Participar de procissão e ao final deixar cair a estátua de São Jorge, quebrando-a no chão: R$10.000,00
. Idem acima, porém dentro do Parque São Jorge - casa do Corinthians: R$2.400,00 (acrescentar)
Observação parágrafo único:
Emissoras de Televisão que derem destaque acima de 5 minutos por dia para notícias que envolvam o decreto lei, acima explicitado, e o fazerem de maneira exaustiva, sem pudor, sem consciência e sem o mínimo de bom senso (não há necessidade de comprovação - a denúncia serve por si só), multa de R$100.000,00 por minuto ultrapassado.
Esperamos que com leis mais severas o nosso país fique um pouco mais civilizado!
Os recursos arrecadados serão utilizados para construção de creches, escolas e hospitais.
21.4.08
Silêncio
Ouvir é muito difícil, porque pede muito da nossa estabilidade interior, a tal ponto que não precisemos nos provar com discursos, argumentos, afirmações ou declarações. Os verdadeiros ouvintes não carregam mais aquela necessidade de se provarem presentes. Eles estão libertos para receber, para dar as boas vindas, para aceitar ... O ouvir é uma forma de hospitalidade espiritual, pela qual você convida estranhos para se tornarem amigos, para conhecer os seus interiores pessoais de forma mais completa, e até a ousarem estar em silêncio com você.
Henri Nowen
Entretanto, não é por ser diferente que um cristão é cristão, e sim por estar mais plenamente vivo, ser mais verdadeiramente humano, por causa do amor de Cristo e a presença do seu Espírito. Pois, o poder do amor divino se move diferentemente do poder da mente. É só quando vivemos na presença de Cristo é que podemos crescer, nos tornando pessoas verdadeiramente. A perfeição cristã não corresponde ao ideal grego de algo que não tem falhas, antes é uma expressão de crescimento e maturidade.
Henri Nowen
Entretanto, não é por ser diferente que um cristão é cristão, e sim por estar mais plenamente vivo, ser mais verdadeiramente humano, por causa do amor de Cristo e a presença do seu Espírito. Pois, o poder do amor divino se move diferentemente do poder da mente. É só quando vivemos na presença de Cristo é que podemos crescer, nos tornando pessoas verdadeiramente. A perfeição cristã não corresponde ao ideal grego de algo que não tem falhas, antes é uma expressão de crescimento e maturidade.
James Houston
20.4.08
Intensidade
Vicente Mateus
Quem sai na chuva é para se queimar
James F Byrnes
Too many people are thinking of security instead of opportunity. They seem more afraid of life than death.
Muitos estão pensando em segurança ao invés de oportunidade. Eles parecem mais temorosos da vida do que da morte.
Oscar Wilde
One's real life is often the life that one does not lead.
A verdadeira vida é quase sempre a vida que uma pessoa não assume.
Jack Kerouac
The only people for me are the mad ones, the ones who are mad to live, mad to talk, mad to be saved, desirous of everything at the same time, the ones who never yawn or say a commonplace thing, but burn, burn, burn, like fabulous yellow roman candles exploding ...
Porque, para mim, pessoas mesmo são os loucos, os que estão loucos para viver, loucos para falar, loucos para serem salvos, que querem tudo ao mesmo tempo agora, aqueles que nunca bocejam e jamais falam chavões, mas queimam, queimam, queimam como fabulosos fogos de artifício explodindo ...
Seal
We are never gonna survive unless we get a little crazy
Não sobreviveremos sem uma boa pitada de loucura
C.S. Lewis
The Christian way is different: harder, and easier. Christ says, "Give me all. I don’t want so much of your time and so much of your money and so much of your work: I want you.... Hand over the whole natural self, all the desires which you think innocent as well as the ones you think wicked—the whole outfit. I will give you a new self instead. In fact, I will give you Myself: my own will shall become yours." Both harder and easier than what we are all trying to do.
O caminho cristão é diferente: mais difícil e mais fácil. Cristo diz: "Dê-me tudo. Eu não quero um tanto de seu tempo e um tanto de seu dinheiro e um tanto do seu trabalho: eu quero você ... Entregue o seu todo natural, todos os seus desejos que considera inocente como aqueles que você pensa serem maus - o conjunto todo. Eu vou lhe dar um novo ser no lugar. De fato, eu vou lhe dar a Mim mesmo: minha vontade será sua." Ambos [caminhos] mais difíceis e mais fáceis do que tudo que estejamos tentando fazer,
Quem sai na chuva é para se queimar
James F Byrnes
Too many people are thinking of security instead of opportunity. They seem more afraid of life than death.
Muitos estão pensando em segurança ao invés de oportunidade. Eles parecem mais temorosos da vida do que da morte.
Oscar Wilde
One's real life is often the life that one does not lead.
A verdadeira vida é quase sempre a vida que uma pessoa não assume.
Jack Kerouac
The only people for me are the mad ones, the ones who are mad to live, mad to talk, mad to be saved, desirous of everything at the same time, the ones who never yawn or say a commonplace thing, but burn, burn, burn, like fabulous yellow roman candles exploding ...
Porque, para mim, pessoas mesmo são os loucos, os que estão loucos para viver, loucos para falar, loucos para serem salvos, que querem tudo ao mesmo tempo agora, aqueles que nunca bocejam e jamais falam chavões, mas queimam, queimam, queimam como fabulosos fogos de artifício explodindo ...
Seal
We are never gonna survive unless we get a little crazy
Não sobreviveremos sem uma boa pitada de loucura
C.S. Lewis
The Christian way is different: harder, and easier. Christ says, "Give me all. I don’t want so much of your time and so much of your money and so much of your work: I want you.... Hand over the whole natural self, all the desires which you think innocent as well as the ones you think wicked—the whole outfit. I will give you a new self instead. In fact, I will give you Myself: my own will shall become yours." Both harder and easier than what we are all trying to do.
O caminho cristão é diferente: mais difícil e mais fácil. Cristo diz: "Dê-me tudo. Eu não quero um tanto de seu tempo e um tanto de seu dinheiro e um tanto do seu trabalho: eu quero você ... Entregue o seu todo natural, todos os seus desejos que considera inocente como aqueles que você pensa serem maus - o conjunto todo. Eu vou lhe dar um novo ser no lugar. De fato, eu vou lhe dar a Mim mesmo: minha vontade será sua." Ambos [caminhos] mais difíceis e mais fáceis do que tudo que estejamos tentando fazer,
19.4.08
Chá na Tradição Árabe
Sou um fã do café espresso. Costumava dizer expresso, mas o italiano puro vem com o 'esse'. Risque portanta o X. Não anulo porém o chá, e nem o considero segunda categoria. Há muito a se apreciar da bebida, seus diferentes estilos de servir e mesmo suas origens. E é claro, o ambiente do degustar somado às conversas propicia uma nova órbita para a alma.
Na revista Piauí deste mês, leio o relato da Ayeda - jovem palestina assentada com a família em ... Mogi da Cruzes (cruzes!). Sem ofender nossos vizinhos da grande Sampa, mas foram escolher logo aí. O que acontece que vocês não se acham? Passo sempre a 120 por hora pelo município. Até a sua universidade já veio pros lados de cá! A jovem de 26 anos conta como num diário, os seus dias de aulas de português, o domingo que chegou uma hora mais cedo pois o horário de verão havia terminado e a família não sabia, a visita à 25 de março (de trem e metrô) e as peripécias tentando se incluir no mercado de trabalho.
Sou solidário à sua história. Mas os motivos vão além da compaixão cristã. Sei bem o que é tomar chá árabe, ao lado de familiares (via sogro). E nada entender enquanto conversam. Conversam não: brigam. Parece um ato de esquete, pois ao final riem muito, se abraçam e se beijam e cada qual segue seu caminho.
Sem entender nada, me distraía acompanhando os jogos de gamão, e depois me sujeitando a ser saco de pancada. Não durou muito, pois logo peguei o jeito do jogo. Aprendi que assim como na vida, o segredo está em entender o estilo de seu oponente: se conservador, ousado, traiçoeiro, ressabiado, retranqueiro, louco ... Não há como se ter uma vantagem segura nesse jogo que utiliza os dados lançados para mexer as peças. Em um momento os ventos sopram a seu favor e noutro contra você. É pura matemática de probabilidade. E é nessa caça de gato e rato que se percebe o estilão de seu oponente. Saber provocá-lo e torná-lo vulnerável. Bater com a peça agressivamente no tabuleiro, num momento de superioridade. Esses e outros segredinhos que um dia voce vai poder ler no meu Manual de Gamão à brasileira - como vencer e sobrepujar as outras nacionalidades e fazer brilhar a cor canarinho (a ser lançado em breve pela Cosac Naife - salvo engano).
Mas identifico-me com a Ayeda pelo forte paralelo com meu sogro. Chegou ao Brasil sozinho e teve que aprender o idioma e se fazer valer no mercado de trabalho a ponto de (como era de se esperar) ter seu próprio negócia. Assim como Ayeda, ele veio do Iraque. Em circunstâncias ainda mais adversas, selou seu destino ao romper as ligações com a família, seu povo e sua terra. E conseguiu fazer sua vida, seu casamento e filhos e deixar sua marca em solo brasileiro.
Depois de poucos anos ele pode recompor suas raízes, trazendo irmãos e pais para cá. E não demorou muito para estar novamente em paz com sua terra natal, e fazendo mais alguns negócias. A política também tem os dados a lhe conferir ventos contrários e assim virar o jogo. Alguns chamam de sorte, outros de destino.
Com o meu sogro aprendi a apreciar o chá à moda árabe. Nas noites de domingo e de quinta em que cumpria o ritual de conquista dos familiares, aprendi a ser como coruja (não falava nada mas prestava uma baita atenção).
Ao pedir chá ou café espresso (pra mim tem que ser amargo, forte e cremoso), não se esqueça da companhia. A tradição humana (e a raça) estará sendo preservada!
18.4.08
Paciência
A respeito de teu oponente, antes de colocar a tua pena no papel contra ele, aconselho-te que no tempo em que preparas tua resposta, encomende-o em sincera oração aos ensinos e bênçãos do Senhor. Essa prática terá uma influência direta em conciliar teu coração em amor e simpatia a ele; e tal disposição terá uma boa influência em cada página que escreveres.
John Newton (1725-1807)
17.4.08
Eco Bíblia Lançada
Recebo informação do Valter Ravara - o nosso capelão da Ecologia, de que foi oficialmente lançada a Bíblia Ecológica, nesta segunda última, num evento realizado em Brasília. Contou com a presença da ministra Marina Silva e entre outros Ariovaldo Ramos.
Aos poucos o povo vai pegando a consciência ecológica, se voltando para a sustentabilidade.
Uma boa iniciativa do Instituto Genesis 1:28 em parceria com a SBB.
15.4.08
Fé e Luz
- Eu estou por dentro e voces por fora. Ponto!
Pelo sim ou pelo não, prefiro dar um tempo. Sem otimismo e sem pessimismo. Um tipo neutro, assim meio irremediavelmente estável. Não tenho noção de nada. Zero. Zilt. Nulo. Mas, todavia, contundo... a intuição me diz a ficar na minha... Não troco isso por aquilo. Prefiro o presente ao daqui a pouco. E por favor – parem com essa ansiedade. Uma falta de respeito com a minha individualidade que não tem tamanho!
- Nem pensar. Não saio daqui de maneira alguma.
Não me importa essa escuridão mórbida. A ausência de futuro. O presente eterno. Ouço o que ouço, como um bate-estaca incansável, ecoando por sobre mim, por sobre as águas, por sobre os ritmos, por sobre todas as experiências de êxtase e euforia que o mundo lá fora pode sentir.
- Ainda não está na hora. Eu pronto de jeito maneira. Podem esperar sentados. Ou melhor, deitados. Não esperem por mim!
Será que posso questionar pelo menos? Duvidar? Será que não estamos sendo otimistas demais. Uns ousados pela ingenuidade, e outros inocentes úteis como joguete na mão dos poderosos? Cumprir o tal do meu papel neste mundo é uma tremenda irresponsabilidade. Fiquem vocês do lado de fora, na torcida, na espera, na festinha ensaiada. E eu na minha ignorância total, sem saber de nada, tudo pra aprender. Tem alguma pegadinha aí. Só falta estarem filmando!
- Eu sei que não é hora, pô! Peraí.
Esse negócio de ‘nós iremos’, ‘nós seremos’... Conversa boa para boi dormir. Esse ‘eu’ majestoso fica bem em discurso de Rotary. Eu tô bem acordadinho e tô sacando tudo com antecipação. Freudianamente carregarei comigo esse lance de ‘calma’, de ‘tá tudo bem’, e o pior de todos: ‘vai dar tudo certo’!
- Não! Pô, sacanagem. Mas ... mas, quem deixou a água sair?? Que grita geral é essa aí? Apaga essa luz.
Nascer é um ato de fé.
- Gracinha é a tua mãe!
- Nem pensar. Não saio daqui de maneira alguma.
Não me importa essa escuridão mórbida. A ausência de futuro. O presente eterno. Ouço o que ouço, como um bate-estaca incansável, ecoando por sobre mim, por sobre as águas, por sobre os ritmos, por sobre todas as experiências de êxtase e euforia que o mundo lá fora pode sentir.
- Ainda não está na hora. Eu pronto de jeito maneira. Podem esperar sentados. Ou melhor, deitados. Não esperem por mim!
Será que posso questionar pelo menos? Duvidar? Será que não estamos sendo otimistas demais. Uns ousados pela ingenuidade, e outros inocentes úteis como joguete na mão dos poderosos? Cumprir o tal do meu papel neste mundo é uma tremenda irresponsabilidade. Fiquem vocês do lado de fora, na torcida, na espera, na festinha ensaiada. E eu na minha ignorância total, sem saber de nada, tudo pra aprender. Tem alguma pegadinha aí. Só falta estarem filmando!
- Eu sei que não é hora, pô! Peraí.
Esse negócio de ‘nós iremos’, ‘nós seremos’... Conversa boa para boi dormir. Esse ‘eu’ majestoso fica bem em discurso de Rotary. Eu tô bem acordadinho e tô sacando tudo com antecipação. Freudianamente carregarei comigo esse lance de ‘calma’, de ‘tá tudo bem’, e o pior de todos: ‘vai dar tudo certo’!
- Não! Pô, sacanagem. Mas ... mas, quem deixou a água sair?? Que grita geral é essa aí? Apaga essa luz.
Nascer é um ato de fé.
- Gracinha é a tua mãe!
14.4.08
Razão, pelo sim ou pelo não
Na correria do domingo de manhã consegui ler o Ferreira Gullar, em sua coluna dominical na Folha Ilustrada. Gosto do jeito que ele escreve. Temos literatos e jornalistas que honram a língua materna. Aprendo mais com eles. A vantagem de Gullar está em reunir os dois papéis.
Ele argumentava que não era um frasista, apesar de gostar dos aforismos. Numa de suas participações na Flip de Paraty (foto), ele soltou meio que sem querer: Não quero ter razão ... quero ser feliz. Com isso ele argumentava que quem permanece abraçado à sua posição, invariavelmente se afoga nas águas do conflito. E isso gera infelicidade.
Concordei, discordando. Ou discordei, concordando. Meu filtro tese/antítese me fez pensar assim: se ele tem razão de não ter razão, então ele não tem razão apesar de ter razão.
O que acabou me chamando mais a atenção, fazendo-me ruminar a respeito, foi a fala matinal do Ariovaldo Ramos neste domingo. Novamente voltava ao tema: a questão de quem tem razão nos conflitos. Abordava a qualificação de presbíteros, como líderes (é isso mesmo, hoje igreja batista tem presbíteros). Ele falava do ‘não brigar’ – ou seja, ir a extremos por causa de se ter razão. É bem isso: a questão de o cara não ser chegado a contendas, violência – ou seja, no lado positivo, ser amante da paz.
A síntese que faltava ao Gullar era nem a terra nem ao céu – e sim a sublime alternativa que reside em, mesmo tendo razão, não fazer dela a sua bandeira extremada de prevalência sobre o outro. Com qualquer uso de violência, agressividade ou mesmo no uso manipulativo de poder. E aí tem que saber dosar, para não se anular e saber influir para contribuir com a verdade – mesmo que seja a sua verdade. E conciliar isso sem ser piegas nem se auto anular.
A síntese portanto está no caminho iluminado do amor!
Ele argumentava que não era um frasista, apesar de gostar dos aforismos. Numa de suas participações na Flip de Paraty (foto), ele soltou meio que sem querer: Não quero ter razão ... quero ser feliz. Com isso ele argumentava que quem permanece abraçado à sua posição, invariavelmente se afoga nas águas do conflito. E isso gera infelicidade.
Concordei, discordando. Ou discordei, concordando. Meu filtro tese/antítese me fez pensar assim: se ele tem razão de não ter razão, então ele não tem razão apesar de ter razão.
O que acabou me chamando mais a atenção, fazendo-me ruminar a respeito, foi a fala matinal do Ariovaldo Ramos neste domingo. Novamente voltava ao tema: a questão de quem tem razão nos conflitos. Abordava a qualificação de presbíteros, como líderes (é isso mesmo, hoje igreja batista tem presbíteros). Ele falava do ‘não brigar’ – ou seja, ir a extremos por causa de se ter razão. É bem isso: a questão de o cara não ser chegado a contendas, violência – ou seja, no lado positivo, ser amante da paz.
A síntese que faltava ao Gullar era nem a terra nem ao céu – e sim a sublime alternativa que reside em, mesmo tendo razão, não fazer dela a sua bandeira extremada de prevalência sobre o outro. Com qualquer uso de violência, agressividade ou mesmo no uso manipulativo de poder. E aí tem que saber dosar, para não se anular e saber influir para contribuir com a verdade – mesmo que seja a sua verdade. E conciliar isso sem ser piegas nem se auto anular.
A síntese portanto está no caminho iluminado do amor!
13.4.08
Panelão
Manassés, para quem não conheceu nos tempos de PV, era o famoso lavador de panelas, devidamente 'contratado' por Valdemar Fomin, chefe dos equipantes.
Ligava para casa e deixava recado. Como era difícil para a Leonor anotar o nome incomum dele, ele logo ia soltando o seu apelido: Panelão, Panelão ...
Com seu jeito simplório e limitado ele conquistava a amizade até daqueles que não o conheciam pessoalmente. Creio que outros também tem saudades – não só da época, mas das pessoas.
Ligava para casa e deixava recado. Como era difícil para a Leonor anotar o nome incomum dele, ele logo ia soltando o seu apelido: Panelão, Panelão ...
Com seu jeito simplório e limitado ele conquistava a amizade até daqueles que não o conheciam pessoalmente. Creio que outros também tem saudades – não só da época, mas das pessoas.
Como eramos muito jovens, cometiamos alguns desatinos. Um deles foi o de colocar o pobre Manassés como 'meu filho' na hora dos esquetes.
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Dentre as diversas funções possíveis a serem ocupadas como membro da equipe no Acampamento, estavam a de PS - Polícia Sanitária (sofisticação necessária para motivar jovens a serem faxineiros), Lavadores - apoiando na cozinha, Conselheiro (chefe de quarto), e Turma de Esportes (incluindo-se aí o Salva Vidas).
A mais nobre e ambicionada função era sem sombra de dúvidas, o de Chefe de Esportes. Uma mistura de MC (mestre de cerimônias) como avisador oficial e divulgador de resultados, ao mesmo tempo que incentivava a disputa entre os dois times formados ao início da semana de estadia de duas centenas de jovens. E é claro apitava jogos e atividades, exigindo silêncio e dando ordens.
Sérgio Zé Cabrita, apesar de seu porte atlético, era limitado por uma asma radical e extrema que lhe abatia em momentos de exageros cômicos ou debaixo de ansiedade incontrolável, não chegou a galgar tal posição, permanecendo sempre como segundo protagonista. Era o mais novo da turma e nutria uma inimizade com a redonda. Certamente fortes razões que contribuiram para excluí-lo de um papel maior. Havia é claro, a voluntária participação como 'meu filho' nos esquetes de quarta-feira.
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Dentre as diversas funções possíveis a serem ocupadas como membro da equipe no Acampamento, estavam a de PS - Polícia Sanitária (sofisticação necessária para motivar jovens a serem faxineiros), Lavadores - apoiando na cozinha, Conselheiro (chefe de quarto), e Turma de Esportes (incluindo-se aí o Salva Vidas).
A mais nobre e ambicionada função era sem sombra de dúvidas, o de Chefe de Esportes. Uma mistura de MC (mestre de cerimônias) como avisador oficial e divulgador de resultados, ao mesmo tempo que incentivava a disputa entre os dois times formados ao início da semana de estadia de duas centenas de jovens. E é claro apitava jogos e atividades, exigindo silêncio e dando ordens.
Sérgio Zé Cabrita, apesar de seu porte atlético, era limitado por uma asma radical e extrema que lhe abatia em momentos de exageros cômicos ou debaixo de ansiedade incontrolável, não chegou a galgar tal posição, permanecendo sempre como segundo protagonista. Era o mais novo da turma e nutria uma inimizade com a redonda. Certamente fortes razões que contribuiram para excluí-lo de um papel maior. Havia é claro, a voluntária participação como 'meu filho' nos esquetes de quarta-feira.
Ao longo das temporadas, sofisticamos o uso voluntário de atores para 'meu filho' - recrutávamos dentre os acampantes. Num lance de sofisticada intuição, podiamos identificar quem realmente queria aparecer para a galera, e pimba o cara ficava marcado.
Jaziel, Robinson e Arlindo, juntamente com este que vos escreve formaram a melhor quadra de palhaços que o salão Alca testemunhou. Em ocasiões raras e especiais tinhamos a participação hors concours de Ary Bollback. Era o mestre no meio dos alunos.
Jaziel, Robinson e Arlindo, juntamente com este que vos escreve formaram a melhor quadra de palhaços que o salão Alca testemunhou. Em ocasiões raras e especiais tinhamos a participação hors concours de Ary Bollback. Era o mestre no meio dos alunos.
Jayrinho sucedeu o trio, em termos de expoente nas palhaçadas. Havia outros players, que só de memória não consigo citar.
A mão de Deus me acolheu em certa noite de esquetes. Combinávamos as participações e o andamento da cena, aproveitando a noção de timing e o forte poder de improviso de cada um. O plot era dos pastelões básicos. Eu iria desmaiar, e duro – como uma tábua - deixar meu corpo pender para trás. Jaziel e Robinson deveriam me segurar e me deitar no sofá. Não é que na hora do vamos ver, os caras romperam com o momento da cena, e colocando as mãos sobre os ombros um do outro iniciaram uma confabulação qualquer. Eu de costas, sem poder ver, deixei o corpo pender para trás. O cimento frio amorteceu minha queda. Meu olhar de raiva era retribuído por gargalhadas histéricas dos dois (mão na barriga e a outra a me apontar no chão). A platéia foi à loucura. Não tive nenhuma seqüela (graças ao bom Deus) além da psicológica. E uma lição para a vida toda: não confiar em ninguém, ainda mais se o cara tem senso de humor.
A mão de Deus me acolheu em certa noite de esquetes. Combinávamos as participações e o andamento da cena, aproveitando a noção de timing e o forte poder de improviso de cada um. O plot era dos pastelões básicos. Eu iria desmaiar, e duro – como uma tábua - deixar meu corpo pender para trás. Jaziel e Robinson deveriam me segurar e me deitar no sofá. Não é que na hora do vamos ver, os caras romperam com o momento da cena, e colocando as mãos sobre os ombros um do outro iniciaram uma confabulação qualquer. Eu de costas, sem poder ver, deixei o corpo pender para trás. O cimento frio amorteceu minha queda. Meu olhar de raiva era retribuído por gargalhadas histéricas dos dois (mão na barriga e a outra a me apontar no chão). A platéia foi à loucura. Não tive nenhuma seqüela (graças ao bom Deus) além da psicológica. E uma lição para a vida toda: não confiar em ninguém, ainda mais se o cara tem senso de humor.
11.4.08
PV e o Manassés
A foto acima é do Acampamento Palavra da Vida. Foi gentilmente surrupiada do Thiago Smir do fotolog dele, que está cheio de imagens mais recentes do 'vale encantado'. Dê uma sapiada aqui.
Há cerca de 50 anos, Harry Bollback e Harold Reimer vieram para o Brasil como missionários, e se embrenharam no Alto Xingu. Logo em seguida eles vieram para São Paulo e abriram a primeira filial do Word of Life Youth Camp. Escolheram Atibaia e junto com outras pessoas visionárias e comprometidas construíram um local de encontro para que milhares de jovens passassem suas férias escolares. Situado num vale, cercado por mata da Serra da Mantiqueira, uma linda cachoeira e um sinuosa estradinha vindo da Rodovia Fernão Dias, o Acampamento foi literalmente palco de histórias interessantíssimas de minha juventude.
Foi lá que conheci pessoas que impactaram a minha vida e me ajudaram a forjar sentido e direção - numa perspectiva cristã. Ali que brotou a semente que me faz (ainda hoje - pela Sua graça) manter-me focado nas coisas do Reino. Conheci e fiz muitos amigos, também.
E foi lá que aprendi a ser um pouco mais palhaço (já era desde criancinha) e a levar a vida meio na flauta (será sempre assim, mesmo quando perder os dentes). Estou ansioso por rever alguns dos bons amigos e amigas dessa época. Quem sabe conseguiremos juntar aos poucos os jurássicos da PV, Conjunto Vida, Alvo, Passarinhos, Escolas Dominicais e afins, juntamente com agregados - porque a vida soma muito (apesar das subtrações acontecerem aqui e acolá).
Dentre uma das boas coisas que ainda trago na memória foi aquele domingo à tarde em que cumprimos a promessa de visitar o Manassés em sua casa, num distante bairro da Zona Leste. Isso era início dos anos 70 e não tinha a Radial nem a Marginal como hoje conhecemos. Mas fomos pra lá em caravana. Uns quatro carros, com instrumentos musicais e muita disposição. Manassés (preciso notícias dele - alguém tem??), sempre muito simples e limitado, mas de excepcional coração não era levado muito a sério.
Seus sonhos se confudiam com a realidade, e a criação de desejos quase sempre terminava em decepção e tristeza. É um pouco (ou muito) da alma do brasileiro. Ninguém acreditou que dois dias antes o Arlindo tinha ligado confirmando a visita. Seria mais um de seus delírios ...
Ao apontarmos os carros na sua rua - ele que desde cedinho não saira do portão de tão ansioso que estava, ficou num misto de extâse e paralisia. Saiu do portão e se trancou do lado de fora, ao mesmo tempo em que dava pulinhos de alegria. Alguns dos céticos vieram à janela e com cara de amargo arregalavam os olhos pois o pessoal da zona Sul, os irmãos mais sofisticados haviam chegado. A singeleza da situação mexeu com todos nós e voltamos pro outro lado da cidade já à noitinha com uma satisfação incontida.
Lembrando dele, resolvi por minha conta chamar a todos aqueles que de forma direta ou indireta fizeram parte dessa tchurma, de amigos do Manassés!
8.4.08
Pega o álcool que o cara bebeu
Talvez alguns vão dizer: Espera aí, Ray, você está forçando o texto. Essas promessas foram feitas ao povo de Israel! E eu direi a você, então vá a rua, compre um litro de alcóol, pegue sua Bíblia e coloque fogo. Mais antes leia nela Gálatas 3:29;"E, se sois de Cristo, então sois descendência de Abraão, e herdeiros das mesmas promessas".
Pobreza é maldição estabelecida pelo Diabo para impedir o avanço do Evangelho e o bem dos filhos de Deus. Pobreza foi criada por Satanás para provocar dificuldades na família, revolta dos filhos, discussão do casal e divórcio.
Texto recebido por email - alguém sabe onde esse cara estudou (se é que estudou) Teologia??
P.S. - esta postagem não merece ilustração.
7.4.08
Dicas de Vendas
Você pode ser um vendedor campeão! Mas por favor, não seja um vendedor cachorrão! Dicas fornecidas por mim, à Virginia Novick* e a seu público de artistas e artesãos. No programa Arte Brasil que foi ao ar domingo passado.
* Ainda vão acertar a ênfase da pronúncia que é no 'ney' e não no 'Vol' - mas não foi a primeira e não será a última.
4.4.08
É uma zona!
Se você tem se preocupado (em amor) com o povo de Deus e com as instituições (seus líderes, influenciadores e passivos do rebanho) que operam em nome dEle (representando principalmente a fé evangélica), você vai se identificar com esse grupo do qual eu faço parte.
Na verdade, muitos dos que aqui tem vindo - e sou grato a todos: comentaristas e leitores - já perceberam e (imagino eu) tem se identificado com nossa preocupação recorrente.
Pois bem, esse grupo, denominado Confraria Eklesial, resolveu tornar público e transparente suas conversas e opiniões. É sem dúvida um ato de coragem. Alguns dirão de loucura (outros irão um pouco além).
Esse congraçamento - meio festivo, meio informal, meio hour, meio happy - virou um programete em video, batizado de ZONA DA REFORMA. Veja aqui o primeiro programa 'oficial'.
E por que isso? Desculpe-nos a obra, mas estamos em transtorno!
2.4.08
Abril Despedaçado
1.4.08
O telefone tocou na madrugada
Recebi um telefonema alguns minutos após a meia-noite. Era o Lou com voz extremamente embargada – emoção e contrição tomavam conta de sua fala. Sua decisão teria sido um fato isolado ou fazia parte do conjunto de uma grande conspiração em terras brasilis?
Primeiro pensei tratar-se de sonho. Normalmente fico acordado até mais tarde, no entanto a febre e os remédios me fizeram dormir antes do Jornal da Globo. O Lou, como sempre, por dentro de tudo, estava a me pontuar as últimas notícias.
Foi tudo muito de repente. Brabo não só já havia consumado seu casamento – vim saber com dois meses de atraso – como sua esposa esperava trigêmeos. Ao abandonar o Monastério e a vida celibatária, se juntara ao sogro que é um dos líderes da Igreja Evangélica Ultra Ortodoxa da Literalidade Bíblica. Passará a cuidar das finanças da igreja que vai muito bem obrigado, como Chief Financial Officer usando terno, gravata e sapato de couro alemão.
Me avisa também que a Vilma após ter ganho o concurso promovido pela TV Globo em todos os países de fala portuguesa, finalmente muda de mala e cuia para Petrópolis com toda a sua família, contratada para ser a Chéf de Rotisserie no Plácio Quitandinha com seus famosos pastéis de Belém.
Comentamos rapidamente a participação do Ricardo Diversitá no Larry King Live – após seu período de prisão em Guantánamo, por causa das legendas piratas no You Tube. "O que fez a diferença foi o longo e grande abaixo assinado que mandamos para a Casa Branca" vaticinou o Lou. Isso acabou repercutindo positivamente para sua libertação. Bush resolveu conceder o perdão presidencial para o nosso irmão.
Ele citou com aquela ironia de sempre, meio que como reprimenda, o fato do Pava ter causado grande comoção ao aceitar integrar o secretariado do, a ser eleito, prefeito do Rio de Janeiro – o Senador Crivella. Ele vai pegar a pasta de Secretário da Comunicação Política e dos Assuntos Ecumênicos da cidade maravilhosa. Isso, sem antes se vincular ao partido do Bispo e à própria IURD. Incrível como os comentários cifrados em seu blog – hoje lidos nas entrelinhas – antecipavam isso.
Mas estava o Lou a me acordar ou a me manter acordado, não sei por certo. Pedi licença para em cada uma de minhas pequeninas narinas, pulverizar Rinossoro e tentar melhorar de minha congestão nasal, quando ele me assusta com a notícia do Fábio Davidson. Todos haviam comentado de sua repentina troca de papéis no Fórum Criminal, quando de Estenógrafo ele substitui aquele Juiz que havia passado mal após o almoço. O que não se esperava era que ele abandonasse o jornalismo pela toga. E não é que agora o próprio Lula está a indicar seu nome para o STJ? Será que passará na sabatina do Congresso?
“Mas e aí Lou?” já com a voz mais do que anasalada, tentava apressar-lhe com objetividade nossa conversa em plena madrugada. E aí ele veio com a bomba do momento: a Gruta havia sido comprada por ninguém menos do que o Governo Cubano. E Raul Castro estava muito mais interessado em seu passe, do que com a caverna escura e maltrapilha. E não se tratava de linha política que deixava o Lou triste. Era que teria que fazer a ponte aérea entre Havana e Nova Iorque por causa da ONU. E como sei que o Lou detesta viajar de avião – isso seria o pesadelo derradeiro.
Não sabia o que lhe responder. Avisei-lhe que tinha que entregar os manuscritos da nova Bíblia de Estudos dos Patifes, e que como editor teria que dar o exemplo de não atrasar excessivamente. No seu estilo zombeteiro de sempre, Lou me lembra que patifaria por patifaria, o atraso só faz jus ao espírito do projeto.
Você já falou com o Nico? Perguntei-lhe com a paciência no limite. Ele aos prantos me responde que foi a primeira coisa que fez. Só que, desde que o Augustus se licenciou da Chancelaria para reviver a sua garage band em turnê de Harley Davidson pelo Brasil, fica impossível de falar com o homem.
“Não tem jeito então” – dei-lhe o veredicto. “Você vai agora mesmo falar com o Gondim.”
O Lou já extremamente nervoso se rende ao desespero, sem antes me alertar que o Gondim estava na Alemanha fazendo um seminário com o próprio Bonhoeffer (sua pseudo execução em 1945 tinha sido uma armação nazista para fazer propaganda, e hoje aos 102 anos ainda realiza suas famosas lectures). "O cara está inacessível - o celular dele está fora de área!"
Primeiro pensei tratar-se de sonho. Normalmente fico acordado até mais tarde, no entanto a febre e os remédios me fizeram dormir antes do Jornal da Globo. O Lou, como sempre, por dentro de tudo, estava a me pontuar as últimas notícias.
Foi tudo muito de repente. Brabo não só já havia consumado seu casamento – vim saber com dois meses de atraso – como sua esposa esperava trigêmeos. Ao abandonar o Monastério e a vida celibatária, se juntara ao sogro que é um dos líderes da Igreja Evangélica Ultra Ortodoxa da Literalidade Bíblica. Passará a cuidar das finanças da igreja que vai muito bem obrigado, como Chief Financial Officer usando terno, gravata e sapato de couro alemão.
Me avisa também que a Vilma após ter ganho o concurso promovido pela TV Globo em todos os países de fala portuguesa, finalmente muda de mala e cuia para Petrópolis com toda a sua família, contratada para ser a Chéf de Rotisserie no Plácio Quitandinha com seus famosos pastéis de Belém.
Comentamos rapidamente a participação do Ricardo Diversitá no Larry King Live – após seu período de prisão em Guantánamo, por causa das legendas piratas no You Tube. "O que fez a diferença foi o longo e grande abaixo assinado que mandamos para a Casa Branca" vaticinou o Lou. Isso acabou repercutindo positivamente para sua libertação. Bush resolveu conceder o perdão presidencial para o nosso irmão.
Ele citou com aquela ironia de sempre, meio que como reprimenda, o fato do Pava ter causado grande comoção ao aceitar integrar o secretariado do, a ser eleito, prefeito do Rio de Janeiro – o Senador Crivella. Ele vai pegar a pasta de Secretário da Comunicação Política e dos Assuntos Ecumênicos da cidade maravilhosa. Isso, sem antes se vincular ao partido do Bispo e à própria IURD. Incrível como os comentários cifrados em seu blog – hoje lidos nas entrelinhas – antecipavam isso.
Mas estava o Lou a me acordar ou a me manter acordado, não sei por certo. Pedi licença para em cada uma de minhas pequeninas narinas, pulverizar Rinossoro e tentar melhorar de minha congestão nasal, quando ele me assusta com a notícia do Fábio Davidson. Todos haviam comentado de sua repentina troca de papéis no Fórum Criminal, quando de Estenógrafo ele substitui aquele Juiz que havia passado mal após o almoço. O que não se esperava era que ele abandonasse o jornalismo pela toga. E não é que agora o próprio Lula está a indicar seu nome para o STJ? Será que passará na sabatina do Congresso?
“Mas e aí Lou?” já com a voz mais do que anasalada, tentava apressar-lhe com objetividade nossa conversa em plena madrugada. E aí ele veio com a bomba do momento: a Gruta havia sido comprada por ninguém menos do que o Governo Cubano. E Raul Castro estava muito mais interessado em seu passe, do que com a caverna escura e maltrapilha. E não se tratava de linha política que deixava o Lou triste. Era que teria que fazer a ponte aérea entre Havana e Nova Iorque por causa da ONU. E como sei que o Lou detesta viajar de avião – isso seria o pesadelo derradeiro.
Não sabia o que lhe responder. Avisei-lhe que tinha que entregar os manuscritos da nova Bíblia de Estudos dos Patifes, e que como editor teria que dar o exemplo de não atrasar excessivamente. No seu estilo zombeteiro de sempre, Lou me lembra que patifaria por patifaria, o atraso só faz jus ao espírito do projeto.
Você já falou com o Nico? Perguntei-lhe com a paciência no limite. Ele aos prantos me responde que foi a primeira coisa que fez. Só que, desde que o Augustus se licenciou da Chancelaria para reviver a sua garage band em turnê de Harley Davidson pelo Brasil, fica impossível de falar com o homem.
“Não tem jeito então” – dei-lhe o veredicto. “Você vai agora mesmo falar com o Gondim.”
O Lou já extremamente nervoso se rende ao desespero, sem antes me alertar que o Gondim estava na Alemanha fazendo um seminário com o próprio Bonhoeffer (sua pseudo execução em 1945 tinha sido uma armação nazista para fazer propaganda, e hoje aos 102 anos ainda realiza suas famosas lectures). "O cara está inacessível - o celular dele está fora de área!"
"Você não está entendendo Volney, eu quero que você venha comigo para Cuba!" conclui o Lou.
"Peraí Lou", respondo "que dia é hoje?" Ouço o click vindo do outro lado da linha.