26.11.11
Pava e sua missão
Um cara com uma missão. Não é bem assim do modo tradicional – mas que é uma missão, não se pode negar. É Sérgio Pavarini – o Pava - todo ele inovador e diferente do rebanho amorfo, que nos brinda com seu livro, lançado dia 21 último. Uma obra provocadora e instigante. Como ninguém, Pavarini consegue interpretar o status quo – e por seu jeito inconformado de ser, nos contagia com energia e paixão. Impossível vê-lo parado. A fila anda, e é ele quem a está puxando.
Sensível às incongruências reinantes no reino gospel, ele age subversivamente em prol da mudança: da ficha que tem que cair, do “hello!”, do despertar, do “revival”, da travessia, da conversão dos convertidos!
Isso tudo sem abraçar as tão costumeiras respostas prontas. Até porque para ser verdadeiro, ele se mantém fiel ao que aprendeu: a vida é demais complexa, o indivíduo é demais pessoal e não é pela letra que se vive, mas pelo Espírito. E por favor: vivamos com sabedoria!
É por isso que seu primeiro livro: A Minha Alma Está A(r)mada – Lições que aprendi com o Rock Nacional (Editora Thomas Nelson Brasil) é um grito desse inconformismo voltado a nos levar mais pertos do amor que nos constrange. São textos que mexem com nossa emoção e nos desafia. Acompanhamos Pavarini visitando o rapaz aidético, conhecendo as atividades de uma casa-enfermaria comandada por um transexual, revelando traumas de sua infância (na escola) e horrores de sua fase adulta (na igreja), e ao mesmo tempo tirando de letra (e na escrita) a compreensão do rebelde coração dos jovens.
Não é um manual para líderes de mocidade – mas eu bem que diria para pastores e gerentes de RH: peguem esse livro e leiam!
Não é um roteiro de vida cristã – mas eu bem que usaria como uma alavanca para o compromisso com o Reino.
Não é um texto evangélico, evangelical ou evangeliquez – mas eu bem que faria todo o crente estudá-lo para o bem desse povo de hoje, totalmente sem noção.
Não é uma leitura para acomodados, pretensiosos, arrogantes donos da verdade – mas eu bem que leria para eles, em voz alta - repetidamente.
O que dizer de tópicos como: “Decepcionados com a esponja” – uma analogia para se lidar com a crítica institucional? Ou “A fé e o vaso sanitário” – uma reflexão para gente sem noção? Ou “Amo palavrões”? É#k*&m3^@!
Todo o livro é bem fluido e apimentado, numa diagramação fantástica e inovadora (como tudo que está associado às iniciativas pavaenses) e com o DNA de seu autor exposto: inteligência, sagacidade, com excelentes insights e extrapolações. E Pava faz a conversa continuar em um blog do próprio livro, batizado como Lições do Rock - veja aqui! Para conhecer mais do livro, dê um pulinho lá.
O que os jovens cantam é o que os emocionam. Como o Rock Nacional, mexem na alma, extrapolam em desabafos e sempre chamam para uma sacada adicional, uma ideia complementar, um novo jeito de se ver a vida e de se viver. Esse livro é isso aí: o cara está numa missão.
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Foto Alex Fajardo
11.10.11
III Seminário para Casais
Leia o texto a seguir:
Para maiores informações: osmar@ludovicosilva.com.br
Somos homens e mulheres que buscam incessantemente a valorização pessoal através da realização profissional. Vivemos em cidades agitadas e somos ativistas religiosos. Consumimos livros e apostilhas, participamos de encontros e retiros, buscamos técnicas e métodos para melhorar nosso relacionamento familiar. Mas, de repente, nos vemos estagnados, conflitados e desencontrados. Entramos ainda mais na correria, vamos atrás de outros métodos, outros líderes, de mais atividade religiosa, para enfim nos sentirmos vazios e estressados, presos à roda viva secular e religiosa.
Assim, nossos relacionamentos se tornam superficiais e distantes. Ansiamos por uma resposta, uma experiência ou um método, fora de nós, que por fim possa dar jeito nas coisas e nos libertar da mesmice dos nossos dias. Mas, no fundo desconfiamos das respostas prontas e permanecemos oscilando entre a acomodação e a esperança de uma mágica ou um milagre.
A espiritualidade cristã nos convida a descobrir, no gesto simples do quotidiano, a manifestação do amor e da graça de Deus. Ela nos ensina ainda que o crescimento em direção à fé, à esperança e ao amor se dá passo a passo, e que os recursos para este amadurecimento lento e permanente, se encontram dentro de nós e não fora de nós.
Este Seminário destina-se a casais com mais de trinta anos e com mais de cinco anos de casamento, homens e mulheres que creem no Senhor Jesus Cristo. São líderes que diante das crises e questionamentos da vida conjugal, bem como das pressões e desafios externos, querem conhecer mais profundamente seus próprios recursos para desfrutar de uma vida a dois. Querem preservar sua autonomia e identidade, mas também querem resgatar a afetividade, a intimidade e a comunhão.
2.8.11
Bravura Indômita e a vida com sentido
Quase sempre acontece comigo. Ao terminar de assistir algum filme dos irmãos Coen – aqueles premiados diretores de Hollywood - é certo que ficarei com aquele gosto amargo da realidade humana. As histórias são mirabolantes – com ação e suspense, lances de humor, sempre retratando a saga humana. E mesmo assim, seus roteiros chegam efetivamente muito perto do nosso dia a dia.
Como boa arte, disseca as mazelas humanas e os conflitos da vida, sempre fazendo uma associação vívida com a audiência. Fica-se com a impressão que aqueles personagens aparentemente comuns, foram tirados de nossa vizinhança.
Em Bravura Indômita, a dupla inseparável de irmãos parece pegar leve desta vez. Pode até servir como entretenimento para a família. É um faroeste dos mais dignos da cinematografia americana. Tem sim seus lances violentos de tiros, enforcamentos e selvageria. Mas, apesar do realismo do gênero ‘bang-bang’, a singeleza da história corre por conta da narrativa de Mattie Ross – uma adolescente de 14 anos que se lança a trazer justiça (ou na busca por fazer) por conta da morte do pai assassinado. Para cumprir sua motivação ela vai financiar um velho delegado aposentado na perseguição do assassino de seu pai – e fará de tudo para acompanhá-lo. Apesar de ser pouco mais de uma criança.
É fácil de perceber como o enredo do filme é costurado com a Bíblia na mão.
Logo na abertura nos deparamos com a citação de Provérbios 28:1 “Fogem os perversos, sem que ninguém os persiga”.
Se a questão é a justiça, utilizemos das prerrogativas legais de um território quase sem lei, para estabelece-la. Essa é a base da caçada humana: perseguir o perverso.
Desde o início do filme ficamos torcendo pela garota – e vivendo seu drama para que o perverso não escape e nem tampouco pague por outras mortes e diferentes crimes num outro tribunal. Vivo ou morto, o assassino deverá ser responsabilizado pelo pecado maior: ter matado seu pai. Conseguirá nossa pequena heroína chegar ao seu intento?
Creio que invariavelmente os irmãos Coen estão nos cutucando a respeito da maldade humana e o conflito inerente de como continuar a viver se sabemos que a maldade também reside em nosso coração. Longe de ser uma pregação dominical, como toda a boa a arte, o filme nos leva a refletir sobre o sentido da vida. E como muitas vezes acontece, o faz circundando o Evangelho. No fundo o homem sabe onde está a resposta.
(Artigo escrito especialmente para a publicação da 1aIPI - Visão)
1.8.11
Três domingos de agosto
A seguir o texto que anuncia a série que farei na Catedral Evangélica nos próximos 3 domingos de agosto (pulando o dia 21):
Nas últimas décadas Hollywood tem contribuído e muito, na consagração do chamado homem pós-moderno. Com todo o glamour da 7a arte, com todo o peso bilionário da indústria do entretenimento, com todas suas histórias envolventes, e todo seu alto nível artístico ... Hollywood acaba nos levando mais próximos de Deus!
O cinema ao se apropriar de lugar de destaque no mundo, nos inebria com mágica, beleza, sensualidade e erotismo. Que mensagem nos passa? Seria meramente uma diversão? Ou será que percebemos a agenda provocadora? Como os filmes afetam nossa concepção sobre Deus e sobre o significado da vida?
No fundo assistimos em Hollywood nossas próprias histórias, os enredos de nossas vidas, numa incansável busca por sentido e significado. Em cada pitada de fantasia e ilusão, há um caldeirão de realismo e verdades em que a alma humana sucumbe. Em cada drama, comédia ou filme de ação, há um retrato claro da condição humana esfacelada, clamando por socorro. Em cada narrativa há uma progressiva construção a escancarar nosso dilema.
Esse sombreamento temporário, só dá realce ao Kerigma – a proclamação da mensagem cristã. Uma mensagem vigorosa e completa, que satisfaz mentes argutas e corações sedentos, que inunda almas ressecadas e preenche vazios dos mais profundos.
Se ao longo de dois mil anos tem sido assim com o Evangelho, não poderia ser diferente hoje, diante de Hollywood.
Os encontros se darão no horário da Escola Dominical, ou seja - das 9:30 às 10:30 horas nos dias 07, 14 e 28 de agosto. A Catedral Evangélica (também conhecida como Primeira Igreja Presbiteriana Independente de São Paulo) fica à Rua Nestor Pestana, 156 - no centro de São Paulo.
Esta semana darei mais detalhes, inclusive se conseguiremos fazer o video streaming direto para quem não é de São Paulo ou estiver impossibilitado de comparecer.
28.7.11
Missão Integral e na Íntegra
21.5.11
Uma Causa em Ação
Não posso dizer que haja uma causa do momento - ou uma causa principal. Mas certamente para quem é brasileiro sabe que confrontado pela realidade, é necessário agir. Muito mais sendo cristão.
Esta semana fui ao evento coordenado pelo Carlos Bezerra Junior - nosso irmão e amigo. Participei da manifestação pela criança - um movimento denominado 'quebre o silêncio' - entre outros títulos a batizar a preocupação. A causa da criança traz uma importância natural. No entanto gostaria de brigar pelo lado positivo (ao invés de enfatizar o 'não').
O grito: 'diga não à pedofilia' - encontra aceitação mas pouco eco. Porque é negativo e foca ao mesmo tempo o óbvio. Já o: 'quebre o silêncio' é positivo e traz algo de edificante, de ação em favor de alguém. Isso é bom.
O desafio agora é debaixo dessa causa, criar mecanismos de criatividade e mobilização para que mais gente participe e faça a causa ser abraçada cada vez mais por mais gente!
E por falar em causa estou hoje num seminário com o pessoal de Asas de Socorro e outras entidades.
7.12.10
Comunidade
Viver e ser corpo é estar junto. Sofrer junto. Amar ao irmão, livre de condicionamentos e preconceitos. Infelizmente hoje se faz muito para que o espirito da comunidade não vingue.
Por exemplo, a decoração da igreja. Bancos pesados, enfileirados, formato de auditório. O sujeito fica olhando para a nuca do outro que senta-se à sua frente. Todos em silêncio. Não se conversa entre si. Mesmo no momento de cumprimentos à la 'Paz do Senhor' é uma papagaiada superficial repetindo o que o pastor ou líder de louvor manda.
O silêncio impera. É só o pregador que fala - discurso centralizado e sem interação. As atividades do culto terminam - toca pra casa. Não há oportunidade para comunhão, para entrosamento, conhecimento mútuo ... Há que se quebrar essas amarras para que a igreja seja mais comunidade.
A pregação é mais importante que a koinonia. Não evoluimos. Há multiplas formas de estudarmos e crescermos em conhecimento. Chamamos de multi-meios ou multiplas mídias. Para ser comunidade, só um meio e uma forma: conversar, interagir, realizar trocas. Um fala, outro ouve. O outro fala, o um ouve.
Há muito mais crescimento e serviço cristão na interação entre os irmãos, do que em vários anos ouvindo sermões.
Outro exemplo. E sou testemunha disso e sou culpado disso. Certamente joguei esse jogo. É assim: caráter (peso zero); doutrinamento (peso dez). Fraternidade (peso zero); aparência (peso dez); Linguagem do amor (peso zero); linguagem gospel-da-boca-pra-fora-clichezada-falsa-superficial (nota dez).
Tem doutrina, fala tudo direitinho, certinho, amarradinho, ajustado - dez. É pessoa decente, confiável, amorosa, transpira o Espírito Santo ... isso é detalhe.
Não se olha mais para o coração, para os olhos, para buscar e valorizar a beleza interior. Olha-se para as resposta doutrinárias. Olha-se para conferir a convicção cínica e imbecílica (se for diferente disso é má fé). Não é a toa que desanda o caldo da comunidade.
Peço perdão - pois confesso que assim agi em muitas e muitas situações. É o jogo da religião, da letra, que mata e seca.
Entenda o meu tom. Receba-o com afeto. É um desabafo para o bem, para a construção.
Deserto e Comunidade. Podemos falar muito mais deles dois - mas ainda temos o Amor a considerar.
Sem comunidade o cristianismo não tem sentido.
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