4.11.08

 

Nossa herança, nosso legado


É inegável a influência norte-americana na nossa religiosidade cristã-evangélica. A menos para mim, reconheço de imediato que em matéria de teologia, leitura cristã, professores, e mentores pessoais, o colorido é muito mais pelo sotaque de gringo. Soma-se as vezes que viajamos, estudamos fora, recebemos visitas ... Há uma ou outra exceção entre os estrangeiros. Creio que em segundo lugar disputam inglêses (de uma maneira mais genérica, mas é bem provável que sejam os irlandeses) e holandeses.

Esclareço de antemão que há em mim uma profunda e enraizada gratidão. Esses, a quem conheci pessoalmente (missionários, pastores, professores, líderes de missões ...) me fizeram bem, no placar geral. Ainda mais separando as boas atitudes e as intenções corretas. E consigo, apesar de com certa relutância, reconhecer que quase por unanimidade havia algo maior motivando-os. Mas não sem antes aplicar um filtro para reter o que de fato devo carregar ao longo de minha experiência pessoal com Cristo.

Foi somente à época de editar a Revista Kerigma que percebi fortes lacunas e grandes bolsões de necessidades entre os verde-amarelos. A Cristandade tupiniquim era (e hoje se espraiou mais ainda) rasa e superficial. E por algumas gerações continuaremos a viver debaixo do símbolo da acrisia - sem discernimento e sem crítica. E corremos o risco de alcançar patamar ainda mais baixo, de retrocesso e dependência. Agora com um componente nacional - porém igualmente nefasto em sua permanência e repetição.

Creio que a história recente dos Estados Unidos vai nos auxiliar a entender melhor essa herança e legado. Uma compreensão melhor de quem somos e onde estamos. E uma consciência para evitarmos quem tem procurado nos moldar a la puppet. Os absurdos que se pinça no debate da blogosfera se aproxima e ultrapassa o absurdo. Dobson escreve uma carta alarmista de 16 páginas com as mais estapafúrdias conclusões sociólogicas. E leio o dileto e reverenciado professor Piper argumentar que (no caso Sarah Palin) é anti-bíblico "termos uma mulher como comandante-geral de nossas Forças Armadas".

Há uma dupla agenda - tremendamente perigosa que deve ser evitada a todo custo. 

Há uma aculturação que nos é trazida em cavalo de tróia travestido de benesses. Chamaria de agenda estrangeira. E há o obstipado líder artificial construido via mídia eletrônica e exposição histriônica. A que chamaria da agenda oportunista. Evitemos ambas. E construamos nosso proprio legado!

Comments:
Tás brincando? meus primeiros vestidinhos vieram dos estates. As primeiras canções religiosas, também. Os primeiros ensinamentos, também. Quem fundou a primeira igreja que frequentei, um americano. Daí vieram os Vencedores por Cristo, também dos americanos. E a coisa continua.
 
O Dobson tudo bem, era de se esperar. Mas o Piper? Que bobagem...
 
Bete
Como deixei claro, sou grato pelos gringos que se dedicaram à causa do Evangelho e que nos deixaram o legado que está aqui.

Ainda bem que não precisamos esperar um conhecido trazer calça Jeans dos States - como aconteceu comigo em minha época de criança (hoje ainda sou jovenzinho ... he he).

Tuco,

Vc não imagina que ferida é essa do feminismo (ou anti-feminismo) abraçada pelos mestres de teologia. Haja fundamentação bíblica - com trocadilho ;)
 
Um dos muitos favores que devo à ABU foi a de me ter apresentado os pensadores que, sim, fizeram minha cabeça antes que eu americanizasse de vez: Renè Padilla, Samuel Escobar, Jacques Ellul, Bonhoeffer, Stott, Gutierrez e outros mais.
 
Além do que escreveu Dobson e Piper, no qual entendi quase nada devido ao meu fraco inglês, e os clones brasileiros dos tele evangelistas americanos, que já é bastante coisa, que outros exemplos, excetuando os costumes, você poderia dar da influência da "teologia ianque" sobre a nossa teologia?
 
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