9.11.08

 

John Wesley


Eu temo, onde as riquezas aumentaram, a essência da religião diminuiu na mesma proporção. Portanto, eu não vejo como será possível, na natureza das coisas, para qualquer reavivamento em religião continuar por bom tempo. Pois a religião deve necessáriamente criar tanto a iniciativa como a frugalidade, e esses não produzem riquezas. Mas onde as riquezas crescem, assim também orgulho, ódio e o amor ao mundo e todos os seus desdobramentos.


John Wesley (1703-1791)


Comments:
Faz muito tempo que ele disse isto e ainda hoje a gente tem que ouvir pseudoteólogos a falar que a prosperidade material é um direito da igreja.
Acorda, povo de Deus, quem engole qualquer coisa é avestruz!
 
Grande John !!
 
Já imaginou se ele desse uma espiadela por este nosso "mundinho" hoje??
Não sei por aí, mas por cá, em terras lusas...bom, deixa pra lá!

Que Deus nos livre de nós mesmos!!

Abraço e bom começo de semana!
 
Já imaginou se ele desse uma espiadela por este nosso "mundinho" hoje??
Não sei por aí, mas por cá, em terras lusas...bom, deixa pra lá!

Que Deus nos livre de nós mesmos!!

Abraço e bom começo de semana!
 
Para colaborar com o interessante debate da questão da riqueza na ótica cristã, cito um trecho de uma obra de Dallas Willard:

"Apesar de toda a sua genialidade religiosa (e era muita), John Wesley não conseguiu vislumbrar a possibilidade de um ensino cristão ou disciplina que produzisse uma pessoa capaz de possuir bens e poder sem se corromper (I Tm 6.17-19). Ele não podia acreditar que aqueles que têm dinheiro não precisam amar o dinheiro (I Tm 6.9-10).

Wesley devia saber que ninguém ama ou confia mais no dinheiro do que aqueles que não o têm. Ele certamente sabia que "ainda que eu dê aos pobres tudo o que possuo e entregue o meu corpo para ser queimado, se não tiver amor, nada disso me valerá" (I Co 13.3). O desprendimento em si não pode assegurar um relacionamento apropriado com Deus.

Wesley vislumbrou, contudo, uma solução equivocada. Ele disse: "Só posso enxergar um caminho possível. Se alguém for capaz, encontre outro. Você ganha muito e economiza o máximo que pode? Então, de acordo com a natureza das coisas, você ficará rico. Portanto, se você tem algum desejo de escapar da condenação do inferno, dê tudo o que puder. De outra forma, você não terá mais esperança de salvação do que Judas Iscariotes.

Suponha que você possui grandes propriedades e muito dinheiro, e que seja capaz, a longo prazo, de contribuir muito mais em favor dos outros ou pela promoção dos propósitos de Deus do que conseguiria apenas compartilhando com os pobres o que lhe sobra, à medida que lhe chega às mãos, ou seguindo alguma outra linha de ação que absorva todos os seus recursos financeiros.

Suponha que, como um industrial, homem de negócios, comerciante, funcionário público, editor, agricultor ou administrador universitário próspero, você tenha uma ampla influência sobre seus empregados ou sócios, e sobre outras pessoas, podendo usar essa influência para dar testemunho da realidade do Reino de Cristo.

Suponha que, na posse e uso de suas propriedades, dinheiro e influência, você tenha um padrão de vida acima da média.

A questão, então, é: você necessariamente seria mais santo e melhor despenseiro da graça e dos bens de Deus se simplesmente se livrasse o mais rápido possível de seus bens materiais?
Vamos repetir o ensaio. Um cristão sincero e devoto é pobre – seu dinheiro só dá para a sobrevivência. Outro cristão igualmente sincero e devoto é um empresário bem-sucedido que exercita sua habilidade natural para os negócios de forma honesta e fiel. Ele mantém recursos financeiros substanciais e os emprega com sabedoria para bons propósitos. Será que o pobre é necessariamente uma pessoa melhor e um melhor servo de Deus simplesmente porque só tem o dinheiro suficiente para sobreviver?

Minha experiência com a apresentação deste teste às pessoas indica que, quanto mais devota e socialmente consciente uma pessoa for, provavelmente pensará que você é uma pessoa melhor sendo pobre – quando há igualdade em todos os outros aspectos , conquanto acreditem que, se o bem realizado mediante a posse de bens materiais for grande e não puder ser feito de outra maneira, o rico seja "perdoado" por não ser pobre.

John Wesley defendia essa idéia. Em seu diário de 6 de setembro de 1750, ele mencionou a publicação de um artigo sobre o falecimento de "um dos nossos pregadores". O falecido não tinha condições financeiras de pagar o próprio funeral, e Wesley observou com satisfação: "É isso que um pregador solteiro deve deixar para seus executores!"

Wesley claramente pensava que era bom que o homem tivesse poucos bens ao morrer. Contudo, não seria igualmente bom, ou até melhor, que tivesse muitos bens, cuidadosamente administrados para o benefício de outros e a glória de Deus? E que pudesse ter feito muito mais pelos outros dessa forma do que abrindo mão de todos os seus bens? Certamente que sim.


(Dallas Willard, O Espírito das Disciplinas, cap. 10. A POBREZA É ESPIRITUAL?)
 
Júlio, Alice e Bê - grato pela passagem e comentário.

Daniel - uffa ... graaaande comentário. Já li e entendi o que voce quer contribuir. O Willard é fora de série e muito bem contextualizado no seculo 21.

Peguei uma citação - e a traduzi, apesar de não gostar quando se usa religião - pois pode ser uma máscara frente a Deus e Jesus que nos quer sem rótulos ou esforços.

Mas é uma citação do século 18 e merece a atenção por ser de Wesley. Mas vamos discutir esse tema - até porque creio que todos concordam que ele (Welsey) conseguiu ver com muita antecedência o que Jesus já nos alertava quanto aos perigos da riqueza.

Voltarei a acrescentar no tema.
 
Volney, se vc quiser discutir o assunto (riqueza X pobreza), eu entro com os dois pés.
O texto do Willard, que tomei conhecimento agora, é cheio de pressupostos frágeis, pra dizer o mínimo. E o Wesley não estava totalmente errado. Nem certo.
Salvo engano.
 
escolheu bem, Volney! super Wesley!
 
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