16.10.08

 

Não grite por socorro


Lá do fundo do baú, trago à memória a parábola do menino que gritava por socorro. Para mim, é a primeira em lembrança, e com certeza a mais marcante. Invariavelmente contada por nossas mães, nos alertando para não brincar com coisa séria - e no fundo sermos verdadeiros. A vida assim exige da gente.

Como sabemos, após brincar na beira da praia, por três a quatro vezes gritando por socorro, quando veio de fato a necessidade de que alguém lhe salvasse, ninguém lhe atendeu. E o fim do afogado já sabemos. Creio que é uma historinha universal. Salvo engano.

Bush tem tudo a ver com o líder infantil. Utilizou a sua cota de autoridade para sacar a descoberto, perdeu o moral em mentiras, e por aí vai ... não estou fazendo análise política. Mas que em tudo ele se assemelha ao menino que brincava de socorro - isso sim é uma boa análise. 

Me dá arrepios. A falta de auto crítica, de senso de ridículo. E agora com o cinismo - só para manter a pose. É muito difícil engolir toda essa situação, uma verdadeira tragédia que atingiu a todos nós, e ainda mais sabendo que trata-se de um ... digamos, irmão. 

Tenho visto as cenas, destes últimos dias em meio à crise, em que quanto mais o Bush aparece, falando e prometendo, e explicando, e tentando acalmar - enfim, pior fica o mercado, mais a bolsa desce, mais forte se torna a própria crise.

Não coloco esperanças exageradas em Obama. Torço, e oro - pelo meu bem, de meus familiares, e de meus amigos que me visitam aqui, e para o resto do mundo também. Se ele - Obama - for o estadista que esperamos que seja ... o mundo vai estar melhor. Assim como todos nós. Os Estados Unidos ainda é uma grande nação e permanecerá por mais um tempo. A despeito de erros e desvios. Se tiver a liderança certa - beleza!

A lição prática é a da minha atuação como líder: Estou sensível às críticas? Percebo sinais quando as coisas não vão bem? Estou sendo coerente com o que falei, assumi e me comprometi no passado? Sou verdadeiro? Procuro de maneira despretenciosa o melhor para os outros? Não manipulo, não engano, não faço jogadas?

Não é preciso ser político ou presidente de empresa para atender ao chamado da liderança. Somos chamados à liderança em situações rotineiras e simples. Nos nossos ambientes e em nossas casas, somos chamados a ser líderes. Para um, dois, ou para milhares. Temos, ao longo do dia, de vestir nosso boné de capitão (no bom sentido). E muitas vezes tropeçamos como fazem os políticos e os chefes empresariais. Herrar é umano.

Mas, se optamos por um caminho de excelência e de profundidade, não podemos e não devemos nos limitar ao básico, ao comum, à média. E aí sim, podemos superar - nossos erros e limitações. 

É esse desafio que pessoalmente estou vivendo e tenho procurado compartilhar com vocês. Há um chamado claro e direto para fazermos a diferença. Pelo menos para mim. Ainda mais no mundo de hoje tão carente de líderes - de fato e de verdade. E que pode ser eu, e você ... e tantos outros a atender essa demanda. Eu já vesti a carapuça.

Creio que temos um grande espaço a ocupar. E líderes de verdade é o que precisamos.

Comments:
Sem dúvida!
PRecisamos de lideres que sejam servos, que vejam cada ser humano como alguém criado por Deus, apesar de todas as suas falhas e fraquezas, que não se ache o melhor, que aprenda a esvaziar-se e reconhecer que erra.. enfim!
Afinal temos um grande exemplo de saber liderar, que é nosos Mestre Jesus.
Ele pegou em 12 homens diferentes e ainda hoje vemos o impacto disso.
Precisamos de lideres assim!
Gostei muito mesmo do teu post Volney!
 
Vilma,

Você está convocada também! Deixe-me ver ... aqui, ó - no topo da lista!

Conto com vc!!
 
Volney,

Concordo com você, que é momento de estarmos a disposição para atendermos esta convocação. No que puder ser útil - eis me aqui.

Abraço.
 
Aos 50 anos, depois de 15 anos servindo como missionário na Amazônia, carregando, internando e cuidando de viciados, prostitutas, ladrões e toda espécie de gente oprimida pelas trevas, estou em BH para tratamento médico.
Aqui, também, os pecados e a opressão são os mesmos, mas é diferente.
O tratamento médico me obriga a restringir as atividades e isto me possibilitou conhecer o mundo da internet, os blogs (até abri um), os artigos, mensagens e pensamentos de outros homens de Deus.
Sinto-me, no momento, um troglodita. Não somente pela complexidade da tecnologia que agora estou tentando lidar, mas principalmente pelas idéias e pensamentos de algumas pessoas que escrevem nesses blogs.
Fala-se com tanta facilidade e fluência sobre Deus, as Escrituras, revelação, missões e tudo o mais que se relaciona à obra de Deus.
Fala-se e critica-se com uma facilidade de espantar e me dá a impressão que os autores são verdadeiros monstros da fé, pois eu creio que a autoridade e as palavras de alguém são testadas pela sua vida e obra.
Pela quantidade e certeza do que falam devem ter feito muitas coisas e terem sido muito usados por Deus.
Por isso desejo conhecer estes irmãos e aprender com eles, ouvindo-lhes o testemunho das coisas que, através deles, Deus em Sua misericórdia operou, para que a minha fé seja edificada e fortalecida.
Quero olhar nos seus olhos e ouvir as suas experiências e as suas dores ao contarem ao que renunciaram para servir ao Senhor, as suas lutas contra o pecado e apelos da carne.
Quero ouvir deles as derrotas e vitórias que tiveram na caminhada e serviço.
Quantas e quais privações passaram.
Ouvir quantas pessoas Deus permitiu que evangelizassem.
Quantas discipularam e pastorearam.
Quantos obreiros e líderes treinaram.
Quantas congregações tiveram a oportunidade de fundar.
Não que o número importasse, mas que quantidade de esforço foi feito, porque cada unidade dessas já é uma obra, um universo.
Quantas e quais revelações tiveram de Deus e em quais situações e como Deus revelou.
Quantos e quais milagres e provisões de Deus presenciaram.
Pela quantidade de material escrito terei muita coisa a ouvir e ficarei como os crentes de Antioquia, quando Paulo voltava de suas viagens, não a ouvir pregações e sim o relato de quão grandes maravilhas Deus tinha operado através dele.
Quem quiser vir comigo não esqueça o lenço. Quando há autoridade e unção o uso do lenço torna-se inevitável.
 
Julio,

Sua participação na blogosfera e nos meios digitais (entrando na conversa) é tudo que faz a tchurma mais 'antiga' vibrar.

Precisamos de mais gente somando. Com ou sem experiência, com muita ou pouca estrada (da vida), com ou sem treino Teológico ... Mas é isso mesmo: precisamos conversar. Esta é uma grande conversa.

E não leve minhas postagens tão a sério. Só naquilo que tenho razão he he ...

Sou só um aprendiz, um facilitador e um provocador. Salvo engano ;)
 
Julio,
ou melhor São Julio ... estás canonizado .. ;)
 
"...ainda mais sabendo que trata-se de um ... digamos, irmão."
Na ACM aprendi que cristão é todo aquele que assim se apresenta, aceitando ser Jesus, Deus e Salvador. No Novo Testamento afirma-se, "pelos frutos os conhecereis". Stott disse que cristão não é adjetivo, é substantivo: pode-se ser um bom cristão ou um mau cristão...
Continuo em dúvida... o homem é ou não é um "irmão"?
 
Não acho, acho que dessa vez a revolução e do proletariado, é do povão.
Há um clamor que vem das gentes, das ruas, os poucos líderes que se sensibilizaram com esse clamor não são suficientes para fazer uma revolução.
A boiada vai estourar, e dessa vez na direção certa.
 
Se for irmão, é bem "despirocado"...

O líder deve saber liderar e onde quer levar os seus liderados, para não ficarmos no deserto por mais de 30 anos... dando voltas e mais voltas
 
Rubinho,
Tem um tema aí que é liderança com ética. Bem lembrado! E Stott é ... demais!

Celso,
Ainda somos muito rebanho ;)

Carmen,
E tem líderes que fazem o povo voltar ao Egito ...
 
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