30.10.08

 

Esquizofrenia e Revelação


Ao dizer que a internet (o mundo virtual com as ferramentas de sociabilização, tendo o blog como seu ápice) revela nossa esquizofrenia, é frequente a reação de espanto. Um espanto para o fato de que não somos perfeitos, ou um espanto para a força desse ambiente virtual?

Não sei.

É difícil - diria até impossível - blogar sem que o efeito terapêutico apareça. E junto com a postagem vem a revelação do nosso eu. Não sei o que vem primeiro - se é o tratamento de nós mesmos, ou a exposição. Não sei também, o que é causa o que é efeito.

É fato, que a desordem de nossa alma encontra ressonância no espelho da escrita. Cada leitura de minha própria postagem é um toque de alerta para ser quem realmente sou. Ou para me dizer que sou, aquele que sou!

Há algo diferente e estranho nas nossas expressões. Pelo menos na minha. Me sinto mais integrado (integro, não sei). Me sinto mais espontâneo (extemporâneo - talvez). Me sinto mais autêntico (mais eu mesmo - isso sim). 

Vez ou outra vamos nos encontrar nu - do jeito que nascemos. Se de um lado é o estado bruto de nossa concepção, também o é a forma líquida de nossas imperfeições e carências. É alma que procura domar o corpo, muitas vezes por ele dominado.

Enquanto posto, vivo momento de grande expectativa. Não por aquilo que o tempo encerra, mas pelo que desabrocha. Uma contagem rápida me dá dezenas de novos amigos (bem recentes), uma dúzia de projetos para me envolver, o escritório, a carreira profissional, a família ... É muita coisa, E agora um grande desafio à frente.

E é isso que vai nascer que me entusiasma!

Vou compartilhar em breve. Mas por enquanto, fica aqui o meu muito obrigado a cada um que tem vindo aqui me prestigiar com leitura, indicação e até mesmo com um comentário. Minha alma também agradece. Todos nós agradecemos.

Comments:
Olha Volney, gostei muito.
Identifiquei-me com o que disseste, pois isso acontece comigo também.
Tenho aprendido muito a ver quem sou através do que escrevo e partilho e leio cisas para trás, e vejo as mudanças que têm ocorrido.
Também ajuda o que leio e as palavras que me deixam.
umas encorajam-me, outras, alertam-me.
A minha alma agradece por este "entrosamento" virtual.
Obrigada pelas tuas partilhas Volney! :D
DTA
 
Vilma,
Voce é uma de minhas terapeutas preferidas ... he he ... e diretamente da Terrinha.

O que vc está falando dá inclusive uma outra conotação (pelo uso mais nobre de nossa língua): partilhar.

Dá uma nova postagem!

Quando postamos, nos repartimos como o pão e nos multiplicamos ...

Uau!! Valeu Vilma - Deus lhe abençoe também!
 
Um dia destes estava pensando em quanto, de fato, nossos blogs revelam de nós mesmos que cheguei até esboçar um sub-cabeçalho mais ou menos assim: "Assim como penso, falo e escrevo. Para o papel vai a minha própria pessoa".
Mas conhecendo as artimanhas do ego e sempre desconfiando de mim mesmo e dos meus pensamentos, desisti.
Acho que tudo que é meio autobiográfico é tendencioso.
Acho que vou esperar mais um pouco para escrever algo a respeito.
Mas o assunto me intriga. Bom tema para ser conjecturado numa roda de degustadores, mas sem platéia.
 
Baixinho,
Vc, Lou e Brabo foram os primeiros blogs que li, e os que me incentivaram a ter meu próprio - quanto a isso não sei se devo agradecer ou amaldiçoar - e também me indicaram muitos outros blogs legais, dos quais sigo uns 40, hoje.
Então, por tudo isso e pelo teu conteúdo: Obrigado!
 
Julio
A conversa - de fato é essencial. Veja pela foto do Rubinho que ele já tá numa rodinha ...

Creio que o maior obstáculo a vencer seja a vergonha de se desnudar na alma diante dos outros. Porque é exatamente isso que fazemos, ao escrever. E não adianta medir palavras. As entrelinhas acabam nos traindo ;)

Fico no aguardo de você ir se soltando ...

Rubinho,
É bem o que comecei a dizer de conversa, e só um falar não é legal. Grato por sua visita e pela simpatia de sempre.
 
Graaande Volney,

vc já conhece minha preferência por esses posts mais pessoais. E minha admiração pelos seus escritos, então não vou ficar aqui chovendo no molhado.

O interessante é que você deixou de forma implícita algo que o escrever também é: mostrar quem seremos ou pelo menos, gostaríamos de ser!

Meu Post de hoje foi puramente auto-biográfico e talvez o mais teraupêutico de todos que já escrevi. Foi como tomar um gostoso banho na alma. Isso é como piscina, cachoeira e praia, é tomar um banho gostoso em lugar público na companhia de amigos.

Um graaaande abraço,

Roger
 
Caríssimo Volney!

Sábias letras desta tua pena!

Abraço,
PC
 
Roger e PC

Nossas emoções nos motivam e nos moldam com sensibilidade para elaborar o que se passa dentro da gente, e depois é outra emoção de torná-la pública ou partilhada (como diz a Vilma).

Brigadão ceis dois!!
 
Oi, primo!
Fiquei muitos dias sem PC, e agora vim matar as saudades! Obrigada por tudo o que você escreve!

"É difícil - diria até impossível - blogar sem que o efeito terapêutico apareça. E junto com a postagem vem a revelação do nosso eu."

Vem a revelação do nosso "eu", e do "eu" de cada um que deixa um comentário no nosso blog. O Post deixa de ser nosso, para ser de todos!

Que Deus te abençôe, Volney!
beijinhos,

 
Eita!

É isso mesmo Nela, mais um pitaco que vai s transformar em nova postagem - o eu majestoso é o eu da plebe, do povo, dos comuns. Não sou o Eu numa torre, sou o Eu entre os irmãos ...

Uau!!

Brigadão cê também!!
 
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