24.9.08

 

Eu quero ser Gonzo


Tendo conseguido chamar a atenção, e o dedilhar valoroso no comments, de três diletos leitores-amigos (ou seria amigos-leitores?) - praticamente batendo o recorde da imediaticidade de respostas num post - resolvo continuar aqui. 

Se o fizesse por lá (nos comentários) perderia uma chance de uma postagem mais caprichada. E deixaria de fazer onda com os incautos que ainda poderão despretenciosamente aportar por aqui. 

Não bastando, tive a capacidade de provocar o Brabo, e ele por sua vez, a insensatez de por aqui estocar algumas linhas!

Gonzo - a quem, ou o que me refiro - é uma expressão que merece aposta. 

Tirei-a inicialmente de Christopher Locke, que por sua vez a surrupiou de Hunter S. Thompson. Viria ser seu trademark, o chamado jornalismo gonzo. É uma gíria irlandesa que atribui gonzo ao último quase 'sóbrio-vivente' de uma bebedeira.

Hunter S. Thompson inaugurou em Las Vegas (daí a foto) um novo jornalismo. Um dia talvez seja reconhecido como o santo protetor dos blogueiros. E por que? O uso do termo Gonzo indica a mistura do subjetivismo (o ser mais voce mesmo do que aquilo que voce observa), com a despretensão da tarefa (daí a indisciplina e a irresponsabilidade), e mais um tremendo poder de criatividade e alucinação. Isso é resumidamente ser gonzo.

E antes que me entendam errado, saibam que já nasci doidão. Nunca precisei me turbinar extraordinariamente (de fora para dentro). Já o sou intraordinariamente turbinado (um legitimo ordinário, sim senhores e senhoras). Veio de fábrica esse chip.

Muito bem - dei um monte de voltas para agora sim reproduzir parte do comentário de São Brabo do Monastério:

Devo lembrá-lo que um disciplinado pode correr atrás do vento com a sua disciplina tanto quanto um indisciplinado esconder-se atrás da sua inércia. Há indisciplina criativa e disciplina estéril, e vice-versa. Semelhantemente, às vezes requer-se mais coragem para ser indisciplinado do que para mergulhar na doce cortina de fumaça da disciplina. Tudo depende (now was that relativist enough for ya).

Bem dito, meu caro Brabo. Quero ser o gonzo da história: ou seja aquele da disciplina criativa e da indisciplina produtiva. Quero ser o Van Gogh que retém sua orelha e não explode seu próprio ouvido (apesar que o tiro foi no coração). Mas quero ter a mesma coragem que ele teve - de ser ele mesmo, de mergulhar por inteiro, corpo e alma no seu chamado. E quero ser plena e totalmente obcecado por, e naquilo, que Deus me deu. E deixar todo o resto (inclusive a indisciplina do supérfluo) para depois - bem depois.

O que vale é ser Gonzo!

Comments:
Uau!
 
Acho que é possível afirmar: Sou disciplinadamente indisciplinado. No meu caso é possível acrescentar mais, como: pontualmente não pontual e responsavelmente irresponsável. Disciplina, pontualidade e responsabilidade é coisa de maricas, diria o disciplinado João Mediocre (Criação de Paul J. Mayer). Chegar na hora e fazer tudo a tempo é fácil. Quero ver chegar atrasado e não dar desculpa, procrastinar e não sentir culpa.
 
Indo na linha do Lou, meu métdo é simples e eficaz: sempre que tenho um montão de coisas pra fazer, estabeleço uma lista de prioridades e começo daquelas menos chatas, ou seja, que estão no fim da lista... em casos de emergência faturo a segunda ou terceira da lista. A primeira deve permanecer sempre intacta como um sentido de vida, um sonho, um ideal, uma utopia! É o combustível que faz o carro andar.
Por exemplo, conseguir arrancar um comentário do Brabo, tá lá no alto. rsrs! (diga-se de passagem que os do Lou e do Volney também têm subido na escala).
Abraços pros ceis.
 
Lou e Roger,

Prefiro o comentário da Bete ;)

Vcs são realmente fora de série - mas prefiro me distanciar um pouquinho de Heideger com todo esse 'angst' me sufocando com coisas pra fazer.

Na verdade - talvez sem ter me expressado tão bem - reitero o que está em jogo é uma outra disciplina, não aquelas de listinhas de TO DO'S nem de agendas de outlook.

Ou seja devo voltar ao tema!
 
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