29.9.08

 

Ensaio Sobre Saramago

Ele é um gigante da literatura, um dos grandes artífices da palavra escrita, um monstro das artes e da comunicação. Prêmio Nobel de Literatura (1988), e outros grandes méritos e reconhecimentos. Ganha grande repercussão hoje, além do mundo das letras, com o filme “Ensaio Sobre a Cegueira”, baseado em sua obra.

É de conhecimento comum o ateísmo de Saramago. Uma opção ao longo de sua vida e cristalizado em seus escritos e manifestações.

A nós que cremos, e a nós que cremos no amor e na compaixão, o que podemos pensar desta situação? Com quem ele pode compartilhar essa emoção interior?

Imagens captadas pelas lente do filho de Fernando Meirelles, sentado ao lado de Saramago (diretor do filme).


Comments:
Volney,

fiz questão de me informar sobre Sramago depois que vi o comentário dele sobre Darwin e a igreja anglicana.

Até então não conhecia nada sobre ele, a não ser o nome.

Baixei o seu livro sobre o Evangelho, o qual a igreja católica classificou como heresia pura. Como bom curioso li logo o finalzinho do livro. Lá Jesus na cruz pedia um perdão invertido, aos homens porque Deus não sabia o que estava fazendo... Fiquei chocado!
Não estou acostumado com esse tipo de coisa. Deixei para em uma outra ocasião lê-lo.
Acho que o Fernando Sabino me acostumou mal com sua fé católica e seu "Evangelho segundo a graça de Deus" totalmente fiél às escrituras.
Agora deixa eu ver o vídeo, talvez eu minha impressão sobre Saramago melhore.
Abrçs,
Roger
 
Sim, querido Volney, Saramago é tudo isso que vc falou, só que para os críticos, pois a mim ele nunca emocionou, já que tb eu nunca lí nada dele. rsrsrsrsrs
Eu fico com Machado de Assis, esse sim, me emociona muito.

Abraços.
 
Talvez essa seja a triste sina de todo ateu: ser só. Porque, mesmo rodeado de gente, é impossível não perceber que Saramago está só com sua emoção, pois sem Deus, todo homem é uma ilha...
 
Fala Volney...só para registrar que vez ou outra estou por aqui. Forte abraço! (Blog: http://emerson.bahia.zip.net)
 
Saramago é um ateu que acredita na compaixão. Suas obras são, até onde pude degustá-las, elas mesmas atos vivos da compaixão desse homem.

Não posso deixar de lembrar do protagonista de "A caverna" e de sua calorosa relação com a filha. Aquele homem era o pai que eu gostaria de ter; aquela filha era o filho que eu gostaria de ser. Não posso esquecer da mulher de "Ensaio sobre a cegueira", a única a ver em terra de cegos, o seu calor humano, seu afeto, seu despreendimento.

Saramago crê mais e melhor do que eu.

Um abraço.
 
"O pior momento de um ateu é quando ele está realmente grato e não tem a quem agradecer", escreveu Chesterton.
 
Quando o ateu que busca o sentido último da existência, mesmo negando, busca Deus. Saramago não precisa confessar (nos moldes religiosos) uma crença, basta que viva com delicadeza, solidariedade e integridade as suas dúvidas...

Lembrem-se que muitos "salvos" vão tomar um susto... "Eu estava nu e me vestiste... com fome e me deste de comer". Os Saramagos da vida vão perguntar: "Mas quando?"

Kleber
 
Gente, obrigado pelas adições.

Respeito todo ser humano, mesmo os ateus. Respeito Saramago com sua sensibilidade humana e seu poder de tocar os outros. Confesso que o conheço (a ele e seus escritos) muito pouco. Mas é um cara que está aí no pedaço, no centro das atenções.

Por isso acho que alguém precisa falar pra ele de Jesus. Creio que esse é o nosso Ultimato, o nosso Kerigma (ficando em dois trocadilhos).

Creio também que quando olhamos para a figura de alguém que não pensa exatamente como nós, e que até em seus escritos distorce o Evangelho, mesmo assim temos que mostrar compaixão e amor.

Parte do que postei, e a razão deste post, foi bem complementada pelo Roger.

Mas a conversa continua. Sempre
 
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