3.10.07
Luciano Huck está a dois graus de mim. Méritos profissionais.
Leio que ele escreveu um desabafo na Folha por conta do assalto sofrido, com direito a 38 apontado para a cabeça.
É trágico, é violento, é estatística. Eu sou exceção. Mas gente de minha família não é.
A realidade de Sampa (e a brasileira) é clara quanto a isso: a violência já faz parte do cotidiano.
Não li seu desabafo. À noite, alcancei uma Folha já envelhecida, e li com atenção os contra-desabafos dos leitores, por conta do que nossa celebridade havia escrito no dia anterior.
A realidade de Sampa (e a brasileira) é clara quanto a isso: a violência já faz parte do cotidiano.
Não li seu desabafo. À noite, alcancei uma Folha já envelhecida, e li com atenção os contra-desabafos dos leitores, por conta do que nossa celebridade havia escrito no dia anterior.
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Trecho final:
Trecho final:
Desculpem o desabafo, mas, hoje amanheci um cidadão envergonhado de ser
paulistano, um brasileiro humilhado por um calibre 38 e um homem que correu o
risco de não ver os seus filhos crescerem por causa de um relógio.Isso não está
certo.
Leia a integra no Pava, aqui, lembrando que Só Cristo Salva.
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Preciosidades que me dão rubor, por causa desses dois graus de separação. Me sinto próximo demais, e participo do deslize com ele. Perdemos juntos a face.
Faz parte. É nossa sina, nosso ordeal (ordálio - se preferir). É isso mesmo: somos uma elite despreparada, descompromissada, e estrognoficamente presa fácil. Não para o assaltante. Para o ridículo!