1.10.07

 

Borges sempre por aqui


E eu nem tanto.

Primeiro foi o Brabo, com essa homenagem, simples e singular - como lhe é peculiar, ao grande escritor universal (apesar das rixas que temos com nossos vizinhos).

Neste mundo a beleza é comum, disse o poeta-escritor-gênio. A arte revela muito de Deus, pois busca na natureza humana algo que sempre lá esteve. E a despeito da Queda e sua inexorável conseqüência.

Essa semente em muito reflete o que negamos por vezes sem fim. E aí vem o artista-intérprete, e mostra o que estava lá desde o início, e nunca percebemos. Não por falta de sentidos, mas por incapacidade de senti-los. Uma sensiblidade rasa já traria muito sentido em poucas coisas convividas.

E o intérprete-artista faz isso, num brotar de sentido, nos faz sentir e concluir: a beleza é comum.


Passados alguns dias (semanas provável), vem o dileto Adiron a me lembrar mais uma vez, que Borges sempre esteve aí.


E o Leo fez uma tradução do que, dele brota, assim finalizando:



eu te ofereço o cerne de mim mesmo
que achei de certo modo – o coração central
que não aposta em palavras,
que não trafega com sonhos
e é intocado pelo tempo, pela alegria, pelas adversidades.

eu te ofereço a memória de uma rosa amarela
vista ao pôr-do-sol, anos antes de você nascer.
eu te ofereço
explanações sobre você mesma,
teorias sobre você mesma,
notícias autênticas e surpreendentes sobre você mesma.

eu posso te dar a minha solidão,
a minha escuridão,
a fome do meu coração;
estou tentando subornar-te com incertitude,
com perigo, com derrota.



(traduzido por ele em seu blog, do poema original em Inglês de Borges: What can I hold you with?)


Ele sempre esteve por aqui, e minha insensibilidade não permitiu que ele me tocasse.

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