6.7.07

 

O matador de Medíocres


Ele certamente não falaria (ou escreveria) com esse termo. Iria direto ao ponto - como os bons escritores fazem. Usaria algumas sentenças curtas. Daria o pano de fundo.


Passaria então a descrever o Medíocre de maneira clara e bem estruturada. Mostra o tipo de pessoa que é. Aponta para aquelas com as quais se relaciona. Identifica, para cada uma delas, os diferentes graus de amor, admiração, respeito, desprezo ... até chegar ao ódio mortal efetivo. Trabalha como ninguém nos degradés dos sentimentos. Aos poucos ele deixa sua alma nua. Ela está pronta para o exame de sua psique - carregada de angústias, frustrações, ilusões e muita auto-piedade. E num só corte, o mero mortal é então batizado de Idiota.


Nascido em 30 de outubro de 1821, em Moscou, ele é uma das mais impressionantes personalidades cristãs que o mundo conheceu. A riqueza de seus escritos, com o legado inconfundível de Crime e Castigo e Irmãos Karamazov (entre as grandes peças da literatura mundial), conseguiu através da sua escrita traduzir a alma humana do jeitinho que ela é – com suas incoerências, falhas, doenças e perversões. Ao mesmo tempo, consegue entre os vultos de seus personagens e no pano de fundo de seus enredos e tramas, fazer brotar de maneira inquestionável o traço singelo da mão do Criador.

Mais do que interprete da angústia humana, ele mesmo é o principal ator de uma vida intrincada e esfacelada. As múltiplas experiências de dor, sofrimento, desespero e fuga se constituem no combustível indelével de sua escrita – mas ele mesmo bem que poderia ser um personagem épico de block-buster hollywoodiano com três a quatro seqüências.

Viu seu pai ser morto quando ainda jovem. Como preso político foi sentenciado à morte, e levado às últimas de um fuzilamento bem orquestrado, para ser ‘salvo’ por ordem do Czar no momento milimétrico do disparo fatal. Perdeu dois filhos. Com experiências amorosas se frustrou. Era um eterno endividado, viciado em jogatinas e cassinos ... e ainda por cima era epiléptico. Toda essa densidade de vida não vem abalar sua verve – antes a angústia permite que cresça a inspiração e a fluência, transformando a sua escrita em primorosa arte.
Voce o aceitaria em sua igreja? Ele serviria como padrão de testemunho? Voce o convidaria para o estudo bíblico no seu lar?

Se sim, você estaria diante de Fiódor Mikháilovitch Dostoiévski.

Comments:
Você devia ter postado esse texto lá na Gruta.
 
Muito bom.
 
Oi, achei teu blog pelo google tá bem interessante gostei desse post. Quando der dá uma passada pelo meu blog, é sobre camisetas personalizadas, mostra passo a passo como criar uma camiseta personalizada bem maneira. Se você quiser linkar meu blog no seu eu ficaria agradecido, até mais e sucesso. (If you speak English can see the version in English of the Camiseta Personalizada. If he will be possible add my blog in your blogroll I thankful, bye friend).
 
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Oi. Não achei teu blog no Google e também não pretendo criar uma camiseta personalizada... rs...
Só dei uma passada por aqui prá te lembrar que amanhã - 13 de julho - é o Dia Mundial do Rock e por isso te convido a deixar seus votos lá no DoxaBrasil:
http://doxabrasil.blogspot.com
Um abraço!
 
Sem dúvidas um dos maiores literatos de todos os tempos. Devo muita coisa a essa sábia barba.
 
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