16.6.06

 

As Copas do Mundo


Em 58 eu nem tinha ideia do que era a Copa – talvez até porque crianças naquela época não participassem desses eventos ... Quem sabe eu não tivesse nascido ainda!

Em 62 me lembro bem, ficávamos à tarde na rua Motuca jogando pelada e ouvindo o rádio. Me lembro do nome do Amarildo e como ele se tornara o herói. Já Garrincha me era familiar pois quando no Rio, no ano anterior, meu barbeiro – botafoguense daqueles extremamente fanáticos – reuniu seus clientes pivetes pra fazer um ‘retrato’ com o Fenômeno daquela época!

Em 66 morava nos Estados Unidos. Tentamos acompanhar pelas ondas curtas. Mas foi uma decepção só – com o rádio e com a seleção e as injustiças em cima do Pelé.

Já em 70 tinha tudo a ver. Super enturmado com o pessoal do Clube Bíblico do Brooklin, do PV e da Primeira. Revezávamos aonde íamos assistir. O jogo de um sábado foi em casa – nem sei contra quem, mas me lembro da situação de comemoração – a Copa no continente Americano, ajuda pela vantagem do horário. E a final com os rojões, um deles quase nos machucando (a mim e a meu irmão).

Em 74 trabalhava no Objetivo – e nas TVs coloridas nas salas de aulas, os alunos se entristeciam com os resultados.

Já 78 foi totalmente atípico para mim – tinha coisas mais importantes para fazer e me despreocupei dos jogos – tinha acabado de me casar!

Em 82 o sentimento já ficou melancólico. Éramos pra dispensar o pessoal no trabalho, mas resolvemos assistir na Fábrica – a lembrança da TV em cima da mesa de reunião e o ambiente pesado – tanto por ser escritório como pela perda pra Itália.

Em 86 início da minha nova empresa, junto com Elemar saíamos juntos e íamos assistir com o pessoal da igreja. Me lembro que tínhamos ido pra atual Berrini e Morumbi – acho que tinha um Mac Donald’s lá – fazer um lanche. E meia hora antes de começar o jogo, o trânsito simplesmente parou – parecia aquelas cenas de filme italiano. Fui eu, pro meio do cruzamento, desopilar e dar uma de guarda Luizinho (famoso nos anos 70’s em Sampa). Passam uns amigos e morrem de rir ao me ver no centro da balburdia dando uma de herói-palhaço. Olho pra trás com um misto de vergonha, alegria e ... “que se dane” ...

A curiosidade aqui era a ênfase do Pastor (Ari Velloso – quem mais?): “O homem não foi feito pro domingo e sim o contrário – não vamos ter culto e assim fica todo mundo liberado para assistir o jogo ...”

Em 90 – só sei que foi na Itália. Gozado mas lembro pouco – talvez da final - fui almoçar e o jogo estava passando na TV. Onde assisti os jogos e com quem – sinceramente não me recordo (se alguém souber, me dê um toque – ok?!)

A Copa de 94 foi a mais eletrizante de todas. Tudo contribuiu – estávamos muito otimistas, o horário colaborava, o Brasil estava mais alegre, marcamos de assistir no Supremo – um restaurante do irmão do Suplicy com uma turma muito boa, que se mantinha na casa, ao longo de todos os jogos. A final foi no aniversário de meu filho – e foi uma comemoração-celebração só!

Já em 98 o Brasil ou talvez só este brasileiro, não tinha o mesmo ânimo. Freud explica! Era o momento, a situação e os ‘pobremas’ ... Assisti uns e não assisti alguns outros – a final foi na casa de amigos. E aquele gosto amargo de 82 voltou!

E 2002? A vibração ia crescendo a cada jogo. Com o horário a coisa ficou pra família. A transmissão era pra casa, pro lar. Não teve jeito. Nova alegria e vibração total com o Penta!

Olho para o povo sofrido e fico contente pelos momentos de histeria patriótica – até os crentes da marcha pra Jesus (deve-se pronunciar Jísas) saíram de verde-amarelo. E fico contente também que há um Marketing tremendamente positivo para a marca Brasil – vai saber, no entanto, se como povo, governo, exportadores e ‘elite’ tomamos proveito disso, para conquistar algo verdadeiramente útil para o país ...

Comments:
Ih! Eu não assisti metade dessas copas todas, pois, nasci bem depois. Mas, ainda bem que vocês, mais velhos, estavam ai para testemunharem tudo isso para as gerações mais novas. E que sacada legal essa de perguntar sobre a marca Brasil e o que fica de útil (ou poderia ficar) para o país. Por isso respeito os mais velhos. Hi, hi...
 
Atenção!
Eu gentilmente cedi, em função da senioridade, o post acima para meu pai - que acabou por postando como sendo a minha pessoa.

Lou - sem dúvida vc é mais novo que meu pai ... he he he (é assim que os mais novos riem!) he he ...

Brasil - Carnaval, Cafetina, Café e Futebol ... alguns dos vínculos do nosso brand
 
Então, transmita ao seu pai meus cumprimentos e agradecimentos pelo belo testemunho. Alias, um testemunho bem maduro e com a voz da experiência. Hi, hi... (He, he, he... é muito comun).
 
Eu que agradeço ! he he
 
Volney, como vc está meu amigo!
Quando você escreveu Clube Bíblico do Brooklin, por acaso estava se referindo ao CB que acontecia na Igreja Batista do Brooklin, à Rua Pensilvânia, cujo pastor era o Rivas Bretones, um dos expoentes dos Evangelismo Explosivo (ou "o" expoente?)

Se for, que interessante, fui membro dessa mesma Igreja por dois anos!

Se não for, vale a lembrança... hehehe

abraços, e rumo ao HEXA!

Duda
 
Pois é - Duda e meus queridos leitores,
Serão que vcs não estão trocando as Copas?
A Copa de 70 e o pessoal do Clube Bíblico do Brooklin tem mais a ver com o Acampamento PV e George Theis. É claro que a IBBrooklin tem a ver também, mas foi numa segunda etapa ... lá pelas Copas de 82 e 86 !
 
Postar um comentário

<< Home

This page is powered by Blogger. Isn't yours?