30.6.06

 

A Prática


Como diz Beto Guedes e Ronaldo Bastos:

A lição sabemos de cor
Só nos resta aprender


De teoria estou cheio ... É o vazio da sabedoria, é a vaidade de conhecer, e o enfado do muito ler.

Precisamos ir para a prática. Viver é praticar. Praticar é viver.

No mundo moderno de over informação - precisamos de silêncio, de quietude, de nos acalmarmos um pouco para daí viver. Só assim evitamos o risco de sermos levados pela vida, qual bêbado trôpego derrotado, porém a lutar com os cataventos imaginários.

Quem é louco? O Dom ou o simples?

Estamos de verdade cansados da lição, que se repete estereofonicamente na cabeça.

Não basta ser ouvinte, tem que ser praticante!

25.6.06

 

Escavando-me


Blogs são irmãos de diários, que por sua vez são primos das cartas. Conhecemos bem, como cristãos o significado delas. Elas também se dividem em alguns tipos, dentre esses: aquelas escritas na prisão. Como cristãos, conhecemos igualmente bem seu significado.

Há dentre as cartas modernas, aquelas do tipo escritas na prisão, onde Dietrich Bonhoeffer, cativo do regime nazista, se expressa com uma profundidade inigualável. Ler suas cartas é um dos bons exercícios da fé cristã.

Que sou eu? Este ou o outro?
Sou eu hoje uma pessoa e amanhã serei outra?
Sou ambos de uma só vez? Hipócrita perante os outros e diante de mim um fraco
desprezível e desastrado?
Ou existe algo em mim ainda como um exército vencido, fugindo em desordem da
vitória já atingida?

Que sou eu: Elas zombam dessas perguntas solitárias.
Que quer que eu seja, Tu sabes, ó Deus, que sou Teu.

Blogs, como primos revelam um pouco muito de nós, enquanto nos exercitamos nessa busca infindável de nos acharmos.

24.6.06

 

Nunca é tarde


Eu também não gosto de ladainhas e histórinhas com pieguices e superficialidades - do tipo auto-ajuda e que não se aprofunda no âmago das coisas.

Gosto de café expresso - forte e amargo, uma boa companhia e boas conversas. Se não sento-me na quietude e sorvo pensamentos e projeções (os comuns chamam essas projeções de sonhos).

Gosto, e gosto muito, de biblioteca, livros e biografias. E também gosto dos biografados: os personagens que fizeram história e que a história os fez!

Essa semana, aos 92 anos ocupa a cadeira 29 da Academia Brasileria de Letras um dos meus heróis contemporâneos - no sentido da mesma época é claro (não de idades semelhantes, please): o sr. José Mindlin!

Muito mérito pra ele, e uma lição singela que degusto ao longo desses dias de copa do mundo: nunca é tarde!

16.6.06

 

As Copas do Mundo


Em 58 eu nem tinha ideia do que era a Copa – talvez até porque crianças naquela época não participassem desses eventos ... Quem sabe eu não tivesse nascido ainda!

Em 62 me lembro bem, ficávamos à tarde na rua Motuca jogando pelada e ouvindo o rádio. Me lembro do nome do Amarildo e como ele se tornara o herói. Já Garrincha me era familiar pois quando no Rio, no ano anterior, meu barbeiro – botafoguense daqueles extremamente fanáticos – reuniu seus clientes pivetes pra fazer um ‘retrato’ com o Fenômeno daquela época!

Em 66 morava nos Estados Unidos. Tentamos acompanhar pelas ondas curtas. Mas foi uma decepção só – com o rádio e com a seleção e as injustiças em cima do Pelé.

Já em 70 tinha tudo a ver. Super enturmado com o pessoal do Clube Bíblico do Brooklin, do PV e da Primeira. Revezávamos aonde íamos assistir. O jogo de um sábado foi em casa – nem sei contra quem, mas me lembro da situação de comemoração – a Copa no continente Americano, ajuda pela vantagem do horário. E a final com os rojões, um deles quase nos machucando (a mim e a meu irmão).

Em 74 trabalhava no Objetivo – e nas TVs coloridas nas salas de aulas, os alunos se entristeciam com os resultados.

Já 78 foi totalmente atípico para mim – tinha coisas mais importantes para fazer e me despreocupei dos jogos – tinha acabado de me casar!

Em 82 o sentimento já ficou melancólico. Éramos pra dispensar o pessoal no trabalho, mas resolvemos assistir na Fábrica – a lembrança da TV em cima da mesa de reunião e o ambiente pesado – tanto por ser escritório como pela perda pra Itália.

Em 86 início da minha nova empresa, junto com Elemar saíamos juntos e íamos assistir com o pessoal da igreja. Me lembro que tínhamos ido pra atual Berrini e Morumbi – acho que tinha um Mac Donald’s lá – fazer um lanche. E meia hora antes de começar o jogo, o trânsito simplesmente parou – parecia aquelas cenas de filme italiano. Fui eu, pro meio do cruzamento, desopilar e dar uma de guarda Luizinho (famoso nos anos 70’s em Sampa). Passam uns amigos e morrem de rir ao me ver no centro da balburdia dando uma de herói-palhaço. Olho pra trás com um misto de vergonha, alegria e ... “que se dane” ...

A curiosidade aqui era a ênfase do Pastor (Ari Velloso – quem mais?): “O homem não foi feito pro domingo e sim o contrário – não vamos ter culto e assim fica todo mundo liberado para assistir o jogo ...”

Em 90 – só sei que foi na Itália. Gozado mas lembro pouco – talvez da final - fui almoçar e o jogo estava passando na TV. Onde assisti os jogos e com quem – sinceramente não me recordo (se alguém souber, me dê um toque – ok?!)

A Copa de 94 foi a mais eletrizante de todas. Tudo contribuiu – estávamos muito otimistas, o horário colaborava, o Brasil estava mais alegre, marcamos de assistir no Supremo – um restaurante do irmão do Suplicy com uma turma muito boa, que se mantinha na casa, ao longo de todos os jogos. A final foi no aniversário de meu filho – e foi uma comemoração-celebração só!

Já em 98 o Brasil ou talvez só este brasileiro, não tinha o mesmo ânimo. Freud explica! Era o momento, a situação e os ‘pobremas’ ... Assisti uns e não assisti alguns outros – a final foi na casa de amigos. E aquele gosto amargo de 82 voltou!

E 2002? A vibração ia crescendo a cada jogo. Com o horário a coisa ficou pra família. A transmissão era pra casa, pro lar. Não teve jeito. Nova alegria e vibração total com o Penta!

Olho para o povo sofrido e fico contente pelos momentos de histeria patriótica – até os crentes da marcha pra Jesus (deve-se pronunciar Jísas) saíram de verde-amarelo. E fico contente também que há um Marketing tremendamente positivo para a marca Brasil – vai saber, no entanto, se como povo, governo, exportadores e ‘elite’ tomamos proveito disso, para conquistar algo verdadeiramente útil para o país ...

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